Por Altamiro Borges
O primeiro turno das eleições municipais produziu alguns fatos trágicos para o bolsonarismo. Cito dois casos hilários, dois vexames. O patético Dante Mantovani, ex-presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), aquele que associou o rock ao satanismo, ficou em quarto lugar na disputa para a prefeitura de Paraguaçu Paulista (SP).
O bolsonarista aloprado, que concorreu pelo partido Republicanos, teve 1,4 mil votos (6,8%). Indicado por Jair Bolsonaro para presidir a Funarte em dezembro de 2019, Dante Mantovani foi demitido após vir à tona um vídeo em que ele expunha toda sua visão obscurantista, conspiratória e tacanha.
"O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto, que, por sua vez, alimenta uma coisa muito mais pesada, que é o satanismo. O próprio John Lennon disse abertamente, mais de uma vez, que ele fez um pacto com o diabo para fazer sucesso", postou o maluco, que não conseguiu ativar seus eleitores.
A ex-mulher do laranjão do Turismo
Outro episódio tragicômico do bolsonarismo se deu com Janaina Cardoso, ex-mulher do ministro do Turismo de Bolsonaro – que ficou famoso por chefiar o laranjal do PSL e segue até hoje no cargo. Ela recebeu R$ 690 mil do partido para concorrer à vereança em Belo Horizonte (MG), declarou-se vitoriosa e não se elegeu.
Antes do resultado final, a ex-cônjuge do ministro Marcelo Álvaro Antônio jactou-se em um palco durante uma festa: "Tive informações privilegiadas de que nós já ganhamos. Agora é esperar o resultado para ver em qual cadeira vamos entrar. Em nome de Jesus, vai ser uma lá em cima". O vexame da bolsonarista foi total.
Janaina Cardoso teve 3.717 votos e dançou - e não foi na festança precipitada. A baixa votação custou caro. Segundo denúncia da revista Época, ela "recebeu R$ 690 mil do diretório nacional da sigla do ex-marido, o ministro denunciado pelo esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais".
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