segunda-feira, 2 de novembro de 2020

O anticomunismo de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:


Quando o país enfrenta severa recessão econômica e ostenta, em números absolutos, o segundo maior número mundial de mortos pela Covid-19, Jair Bolsonaro, em vez de apresentar saídas para essa greve situação, usa a Presidência da República para atacar governadores e fazer proselitismo anticomunista. Recentemente, voltou a atacar governadores de estado, como o fez desde o início da crise sanitária. Agora os alvos foram os governadores Flávio Dino e João Doria, do Maranhão e São Paulo, respectivamente.

Em particular teve péssima repercussão nacional a conduta irresponsável de Bolsonaro na viagem que fez ao Maranhão, na quinta-feira (30). Em se tratando de uma agenda oficial, era de esperar o anúncio de algum benefício ao estado ou ao povo maranhense.

O que Bolsonaro fez, entretanto, foi promover aglomerações que afrontam as normas sanitárias de combate à Covid-19, e com tom de molecagem fez piada homofóbica, utilizando-se de um refrigerante de cor rosa muito popular entre os maranhenses. Roberta Gomes, bisneta do criador do guaraná Jesus, nas redes sociais, respondeu à provocação do presidente. Disse que seu bisavô admirava o comunismo e, inclusive, dividia os lucros da empresa com os funcionários. Vários parlamentares do PT, PSOL, PCdoB e PSB, entre outras legendas, protestaram contra a conduta leviana de Bolsonaro.

Bolsonaro, antes e depois da viagem, fez provocações contra o governador e, descaradamente, mentiu quanto ao desempenho do governo do Maranhão. Flávio Dino, com largo reconhecimento nacional, promove grandes conquistas em seu estado, articulando crescimento econômico e proteção social, desenvolvimento e distribuição de renda. Enfrenta com êxito a pandemia, salvando vidas, assegurando tratamento às pessoas, controlando a expansão do vírus e socorrendo a economia local.

Destaca-se, ainda, na defesa da democracia, posicionando-se na linha de frente do combate ao plano bolsonarista que visa a fazer ruir o regime democrático. Daí, a ira do presidente contra Flávio Dino.

Pelas redes sociais, Bolsonaro atacou o governador do Maranhão, eleito e reeleito pelo povo, com o surrado anticomunismo dos porões da ditatura militar. Com esse anticomunismo que absorveu, entre outras fontes, de seu ídolo, o torturador Brilhante Ustra, também se ocupou em atacar Manuela D’Ávila, que lidera as pesquisas na corrida à prefeitura de Porto Alegre.

Altivo e com a coragem política que o caracteriza, Flávio Dino repeliu a conduta leviana do presidente e anunciou que vai processá-lo. Nas redes sociais, disse: “Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado.”

Desde a campanha em 2018, Bolsonaro destila seu ódio neofascista contra a esquerda, os socialistas, os comunistas, ambientalistas, defensores dos direitos humanos e civis, aos quais fez ameaças de expulsar do país. No Brasil, a extrema-direita, as forças reacionárias, sempre recorreram ao anticomunismo para golpear as liberdades e a democracia. Foi assim, nitidamente, no golpe militar de 1964 que depôs o líder trabalhista João Goulart.

Com essa lição da história, as forças democráticas e progressistas devem seguir mobilizadas e convergentes em defesa da democracia. No momento, a principal batalha é a eleição municipal e a tarefa central é derrotar as candidaturas alinhadas ao bolsonarismo e assegurar a vitória das candidaturas do campo da democracia, da vida e dos direitos.

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