Por Marcelo Zero
“E apesar disso, percorrendo a mesa com os olhos no segundo dia da cúpula, não pude deixar de me perguntar o que um papel maior para os Brics na governança global poderia significar. O presidente brasileiro, por exemplo, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha visitado o Salão Oval em março, causando boa impressão. Ex-líder sindical grisalho e cativante, com uma passagem pela prisão por protestar contra o governo militar, e eleito em 2002, tinha iniciado uma série de reformas pragmáticas que fizeram as taxas de crescimento do Brasil dispararem, ampliando sua classe média e assegurando moradia e educação para milhões de cidadãos mais pobres. Constava também que tinha os escrúpulos de um chefão do Tammany Hall, e circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propinas na casa dos bilhões.”
Isso foi o que Obama efetivamente escreveu em sua autobiografia sobre Lula.
Observação 1: a Tammany Hall ou Society of St. Tammany foi uma organização política bastante influente no Partido Democrata do Estado de Nova Iorque, especialmente em Manhattan e Albany, que se dedicou a apoiar imigrantes.
Entretanto, dizem os historiadores que usava métodos corruptos, notadamente na época do “chefão” William Magear Tweed, em meados do século XIX.
Observação 2: Como bem observou o jornalista Brian Meir, no seu artigo “On Obama, Lula and Tammany Hal”, Obama aproveitou-se de outra máquina política corrupta dos Democratas, semelhante à Tammany Hall, para se projetar. Trata-se da “Daley Machine” de Chicago, uma organização que dominou a política daquela cidade, usando métodos de corrupção e intimidação.
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