A antidiplomacia do prejuízo "grátis"

Por Fernando Brito, em seu blog:

A convocação da representação diplomática brasileira em Teerã para explicar-se sobre a nota do Itamarati condenando um “terrorismo” que, se aconteceu, foi no ato de assassinar-se a mísseis uma autoridade de um país com o qual temos relações diplomáticas.

Claro que bastaria uma manifestação de que o país se preocupava com uma escalada de violência, que se fixava na sua posição histórica de soberania dos estados nacionais e que integraria qualquer esforço internacional de pacificação.

Mas não, era necessário exibir-se ao chefe, chamando de terrorista – e até duvidando que tivesse a patente de general – a alguém que estava dentro de um caixão, envolvido pela dor de milhões de pessoas.

Os riscos do alinhamento automático aos EUA


Ontem (6) veio a público a notícia de que a chancelaria do Irã pediu explicações ao Brasil por conta da nota do Itamaraty sobre a morte do general Qassim Soleimani, assassinado em um ataque promovido pelos Estados Unidos na sexta-feira (3).

A nota do Ministério de Relações Exteriores manifestava “seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo”, dizendo ainda “que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo.”

A conversa se deu com a encarregada de negócios da embaixada, Maria Cristina Lopes, que representou o governo brasileiro, já que o embaixador do país no Irã, Rodrigo Azeredo, está em férias. O teor da conversa não foi revelado.

Reação de Bolsonaro viola a Constituição

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Num país onde a Constituição afirma, no parágrafo VII do artigo 4o., que um dos princípios das relações internacionais da Republica Federativa do Brasil é a "solução pacífica dos conflitos", o apoio de Bolsonaro à operação de guerra que assassinou Suleimani configura mais um ataque de seu governo aos fundamentos de nossa democracia.

É muito grave. Mas não é só.

O gesto também pode expor as brasileiras e brasileiros a riscos mais graves do que se costuma imaginar. Em 2004 e 2005, quando seus governos foram solidários com George W Bush na invasão do Iraque, a população civil da Espanha e da Inglaterra pagou a conta com o sangue de mortos e feridos que nada tinham a ver com a história.

Pesquisa escancara machismo contra Dilma

Por Lu Sudré, no jornal Brasil de Fato:

O processo de impedimento da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) foi marcado pela violência em diversos sentidos, a começar pela linguagem. É o que constata pesquisa de doutorado realizada por Perla Haydee da Silva, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Defendida no fim do segundo semestre do ano passado, a tese avaliou as construções discursivas contra a petista durante o impeachment.

Consequências do apoio de Bolsonaro a Trump

Por Alexandre Putti, na revista CartaCapital:

O ano de 2020 começou com uma crise que deixou o mundo em alerta. Um ataque feito pelos EUA, nesta sexta-feira 03, matou o líder militar mais importante do Irã, o general Qassen Soleimani, uma das figuras mais respeitadas do país.

O ataque aconteceu no aeroporto de Bagdá, no Iraque, e logo em seguida foi assumido pelo governo americano. Imediatamente houve uma comoção no país e potencias como China e Rússia declararam apoio ao governo iraniano, que prometeu se vingar da morte de seu líder.

A movimentação deixou uma insegurança no ar e uma suposta terceira guerra mundial dominou as redes sociais nesta sexta-feira. O assunto foi o mais comentado no Twitter durante todo o dia.

Terrorismo de Estado e Soleimani

Foto: Atta Kenare/AFP
Por Marcelo Zero

Os EUA praticam terrorismo de Estado há muito tempo.

Fazem o que querem, muitas vezes à margem do sistema de segurança coletiva da ONU, sempre que consideram necessário ou desejável.

Deflagram guerras, derrubam governos, torturam e assassinam em nome da “democracia”, dos “direitos humanos”, do “combate ao terrorismo” e da suposta necessidade de “salvar vidas americanas”, as únicas que importam.

Estudo da Universidade de Brown estima, de forma bastante conservadora, que, em apenas três países, Iraque, Afeganistão e Paquistão, as guerras e conflitos promovidos pelos EUA mataram diretamente ao menos 480 mil pessoas, desde 2002.