quarta-feira, 29 de abril de 2020
A demissão de Moro no Jornal Nacional
Por Juliana Gagliardi e João Feres Júnior, no site Manchetômetro:
No Jornal Nacional (JN) da última sexta-feira (24/4) os âncoras - William Bonner e Renata Vasconcellos - deram início à edição dizendo que em novembro de 2018 o presidente recém-eleito, Jair Bolsonaro, havia prometido carta branca ao homem que indicava para o Ministério da Justiça – Sergio Moro. Logo em seguida, mencionam que o presidente decidiu demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, contra a vontade de Moro. Imediatamente após justaporem os dois momentos, fazendo alusão clara à falta de coerência e quiçá honestidade de Bolsonaro, Bonner anuncia o pedido de demissão do ex-juiz afirmando que Moro apresentava “denúncias graves” contra o presidente.
Obstrução da Justiça, o crime de Bolsonaro
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Michel Temer foi o primeiro presidente investigado no exercício do cargo.
Bolsonaro é o segundo. A primeira denúncia apresentada contra Temer, e que ele barrou na Câmara, foi por obstrução da Justiça. É muito provável que, ao final do inquérito aberto ontem pelo ministro do STF Celso de Mello, Bolsonaro seja alvo de uma denúncia pelo mesmo crime.
A dúvida é se o atual presidente, num escandaloso estelionato eleitoral, renegará completamente seu discurso contra a velha política e levará adiante as negociações com partidos fisiológicos, formando uma base parlamentar suficiente para barrar o pedido de licença à Câmara para que seja processado.
Não é difícil. Terá que comprar apenas 171 deputados.
A licença precisará de 342 votos para ser aprovada.
Michel Temer foi o primeiro presidente investigado no exercício do cargo.
Bolsonaro é o segundo. A primeira denúncia apresentada contra Temer, e que ele barrou na Câmara, foi por obstrução da Justiça. É muito provável que, ao final do inquérito aberto ontem pelo ministro do STF Celso de Mello, Bolsonaro seja alvo de uma denúncia pelo mesmo crime.
A dúvida é se o atual presidente, num escandaloso estelionato eleitoral, renegará completamente seu discurso contra a velha política e levará adiante as negociações com partidos fisiológicos, formando uma base parlamentar suficiente para barrar o pedido de licença à Câmara para que seja processado.
Não é difícil. Terá que comprar apenas 171 deputados.
A licença precisará de 342 votos para ser aprovada.
Isto se chama genocídio
Por Michael Löwy, no site A terra é redonda:
Um dos fenômenos mais inquietantes dos últimos anos é a espetacular ascensão, no mundo inteiro, de governos de extrema direita, autoritários e reacionários, em alguns casos com traços neofascistas: Shinzo Abe (Japão), Modi (Índia), Trump (USA), Orban (Hungria) e Bolsonaro (Brasil) são os exemplos mais conhecidos.
Não é surpreendente que vários deles reagiram à pandemia do coronavírus de forma absurda, negando ou subestimando dramaticamente o perigo.
Foi o caso de Donald Trump nas primeiras semanas, e de seu discípulo inglês, Boris Johnson, que chegou a propor que se deixasse o conjunto da população se infectar com o vírus, para assim “imunizar coletivamente” toda a nação – claro, com o custo de algumas centenas de milhares de mortes…
Um dos fenômenos mais inquietantes dos últimos anos é a espetacular ascensão, no mundo inteiro, de governos de extrema direita, autoritários e reacionários, em alguns casos com traços neofascistas: Shinzo Abe (Japão), Modi (Índia), Trump (USA), Orban (Hungria) e Bolsonaro (Brasil) são os exemplos mais conhecidos.
Não é surpreendente que vários deles reagiram à pandemia do coronavírus de forma absurda, negando ou subestimando dramaticamente o perigo.
Foi o caso de Donald Trump nas primeiras semanas, e de seu discípulo inglês, Boris Johnson, que chegou a propor que se deixasse o conjunto da população se infectar com o vírus, para assim “imunizar coletivamente” toda a nação – claro, com o custo de algumas centenas de milhares de mortes…
Há monstros no comando do país
Por Fernando Brito, em seu blog:
Não, eles não são imbecis. Nem incompetentes.
Eles são criminosos, frios e indiferentes, cúmplices e promotores da morte e do sofrimento humano.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse o presidente da República sobre os mais de 5 mil de seus concidadãos já mortos e aos mais de 70 mil infectados.
Berra ser cristão, mas é Pilatos.
Os três patetas postos à frente do Ministério da Saúde, numa “entrevista” sem perguntas, burocrática, pareciam cuidar de ser, como disse – na expressão feliz de Monica Waldwogel na Globonews – chefes de almoxarifado que sequer conseguem dizer o quanto de equipamentos teriam despachado, de forma vaga e imprecisa.
Eles são criminosos, frios e indiferentes, cúmplices e promotores da morte e do sofrimento humano.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse o presidente da República sobre os mais de 5 mil de seus concidadãos já mortos e aos mais de 70 mil infectados.
Berra ser cristão, mas é Pilatos.
Os três patetas postos à frente do Ministério da Saúde, numa “entrevista” sem perguntas, burocrática, pareciam cuidar de ser, como disse – na expressão feliz de Monica Waldwogel na Globonews – chefes de almoxarifado que sequer conseguem dizer o quanto de equipamentos teriam despachado, de forma vaga e imprecisa.
Os homenzinhos da carreata bolsonarista
Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:
Os trancos e barrancos do comportamento de Jair Bolsonaro despertam suposições as mais divergentes, quando não disparatadas, a respeito dos verdadeiros propósitos – ou falta deles – do ocupante da Presidência.
Peço licença ao caro leitor de CartaCapital para juntar meus trapos a essa farândola midiática de opiniões.
Talvez seja injusto, ademais imprudente, separar os times: os que pretextam loucura e os que imaginam uma estratégia.
Louco ou estrategista? A leitura obsessiva de alguns autores irreverentes instigou minha resistência a oposições binárias. Isto ou aquilo?
Peço licença ao caro leitor de CartaCapital para juntar meus trapos a essa farândola midiática de opiniões.
Talvez seja injusto, ademais imprudente, separar os times: os que pretextam loucura e os que imaginam uma estratégia.
Louco ou estrategista? A leitura obsessiva de alguns autores irreverentes instigou minha resistência a oposições binárias. Isto ou aquilo?