Manifesto contra a censura e as fake news


Um dos temas que têm mobilizado setores importantes da sociedade brasileira é como enfrentar a pandemia de mentiras e desinformação que tomou conta do debate público, principalmente em razão da escala e velocidade que as novas formas de circulação da informação conferiram à este fenômeno. O problema colocado é bastante delicado: como enfrentar as "fake news" sem gerar censura e violar a liberdade de expressão. Além disso, caberá a quem, a qual instituição definir o que é verdade ou não? A partir de quais critérios? Está claro que é preciso envolver a sociedade nessa discussão, para evitar que soluções aparentemente fáceis e rápidas produzam um estrago ainda maior.

Censura no SBT viola direito à comunicação

Do site do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC):

A informação de que o principal telejornal do SBT, o SBT Brasil, teve sua exibição vetada na edição deste sábado (23), é extremamente grave. De acordo com informações do jornalista Maurício Stycer, colunista do portal UOL, também confirmada por outras fontes, a ordem para cancelar a exibição noticiário teria partido do dono do SBT, o empresário Silvio Santos, após reclamações do governo federal sobre a cobertura que o jornalismo da emissora vinha fazendo da repercussão do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, reunião esta que evidenciou a tentativa do presidente Jair Bolsonaro de intervir nos órgãos de segurança, em especial na Polícia Federal (PF), para atender seus interesses privados.

O militar surtou!

Por Manuel Domingos Neto

Não dá para falar em desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil omitindo o militar. O militar ensinou engenharia, topografia e desenho. Construiu estradas, obras de arte, edifícios públicos monumentais e igrejas antes de o Brasil ter faculdades especializadas. Deu emprego a matemáticos quando não havia função remunerada para tal tipo de cientista. Desenhou mapas com traçados exatos de rios, montanhas e correntes marítimas quando ninguém sabia nada de geografia, cartografia, oceanografia e correntes aéreas.

STF contra-ataca: Hang e Jefferson são alvos

Por Fernando Brito, em seu blog:

Vamos ver se a turma da direita, que adora usar o “quem não deve não teme” para justificar ações policiais, vai dizer o mesmo sobre os 29 mandados de busca e apreensão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes no inquérito sobre as fake news bolsonarista.

Um dos alvos é o tal Allan dos Santos, um agitador que, ainda esta madrugada, puxava uma corrente no Twitter repetindo a frase de Abraham Weintraub sugerindo “botar na cadeia” os ministros do STF.

Câmara aprova lei 'Aldir Blanc' para cultura

Jandira Feghali
Da Rede Brasil Atual:

O plenário da Câmara aprovou na tarde desta terça-feira (26) o Projeto de Lei 1.075, que destina recursos emergenciais para o setor de cultura. Também conhecido como lei de emergência cultural, o PL, de Benedita da Silva (PT-RJ) e vários outros autores, que apensou (anexou) outros projetos, teve como relatora a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que sugeriu o nome do compositor Aldir Blanc para a lei.

Segundo o relatório, serão destinados R$ 3 bilhões a estados e municípios. “Um esforço coletivo”, disse Benedita, afirmando que atualmente “muitos artistas sofrem de fome”.

Quem quer as hemorroidas do povo?

Por Marcelo Zero

Em sua característica linguagem castiça, o presidente Bolsonaro afirmou, na latrina de caserna em que se transformou o Palácio do Planalto, que “eles querem nossas hemorroidas”.

O, por assim dizer, pensamento do presidente é tortuoso e de difícil exegese.

Porém, no contexto das miasmas externadas na surreal reunião tornada pública, é razoável supor que por “eles” o supremo capitão estivesse se referindo aos “comunistas”, que, após mais de três décadas da queda do Muro de Berlin e mais de seis décadas depois do macartismo, ainda teimam em conspirar para implantar uma ditadura nestas paragens tropicais.

Afinal, no mundo delirante e submerso em fake news do fascismo bolsonarista tudo é possível.

Espetáculo de porta de xadrez

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A melhor síntese do que nos foi dado conhecer da inqualificável reunião do capitão e seus comparsas me foi oferecida pelo meu amigo Álvaro Ribeiro da Costa, ex-advogado geral da União: um só flagrante delito. Boa peça para qualquer aula prática de direito penal, pois ali se amontoam crimes cometidos, delitos em planejamento, intenções criminosas reveladas por autores, co-autores e cúmplices. Espetáculo de porta de xadrez. Algo mais abjeto é impensável, pela forma e pelo conteúdo, pelo seu caráter fático, pelo seu caráter simbólico e pela sua dramaticidade política. O eviceramento moral de um governo torpe em pleno domínio da ilegalidade, eis o que foi oferecido pela revelação de uma, apenas uma (imaginemos as outras) reunião do presidente da república com seus ministros e principais assessores. Linguagem de bordel de ponta de cais. Tudo à espera de um procurador geral da república que não seja devedor do cargo nem disciplinado candidato ao STF. Do que se ressente a república, enferma.

Operação contra Witzel também visa Moro

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

A corrupção deitou raízes profundas no Estado do Rio e precisa naturalmente ser combatida.

Mas a operação Placebo, que fulminou nesta terça-feira o governador do Estado, Wilson Witzel, levanta suspeitas por um conjunto de fatores: acontece sob a nova direção, federal e estadual, imposta por Bolsonaro, e foi precedida de vazamento para a deputada Carla Zambelli, que dela falou na véspera.

E veio também dois dias depois de Sérgio Moro ter declarado que o combate a corrupção nunca foi uma prioridade de Bolsonaro.

A aposta eleitoral macabra do bispo no RJ

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Bolsonaro alertou Marcelo Crivella, dublê de bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e prefeito do Rio, que se quiser ter seu apoio na eleição deste ano terá que decretar o fim do isolamento social no Rio de Janeiro.

Abre parênteses: a benção bolsonarista não se sabe se mais ajuda ou atrapalha, pois o Rio é a capital do país onde o capitão nazista apresenta as taxas mais altas de rejeição, dizem as pesquisas. Mas, desesperado pela repulsa que seu governo desperta na maioria esmagadora dos cariocas, Crivella vê a parceria como uma boia de salvação capaz de ao menos levá-lo ao segundo turno. Fecha parênteses.