quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

O assediador Fernando Cury será punido?

Por Altamiro Borges

O Estadão informa que o “desembargador João Carlos Saletti, do Tribunal de Justiça de São Paulo, autorizou a abertura de investigação criminal sobre o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), acusado de assédio pela também deputada estadual Isa Penna (PSOL)”. Será que agora o parlamentar escroto finalmente será punido?

Segundo a reportagem, João Carlos Saletti determinou que a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) “entregue à Justiça as filmagens que mostram Cury, no plenário, atrás de Isa Penna e tocando o corpo da deputada”. Além disso, o desembargador solicitou que inúmeros deputados prestem depoimento na condição de testemunhas.

O episódio repugnante de assédio sexual ocorreu em 16 de dezembro durante uma sessão parlamentar em que a deputada Isa Penna conversava com o presidente da Alesp, o tucano Cauê Macris. As imagens em vídeo comprovam o ato criminoso e asqueroso e não deixam qualquer margem à dúvida. Elas inclusive foram reproduzidas por várias emissoras de TV.

Impunidade estimula o machismo e o crime

Na ocasião, a deputada do PSOL registrou boletim de ocorrência e prestou depoimento à Justiça. Já o machista afirmou na maior caradura à imprensa: "Eu não fiz nada disso, não fiz nada de errado. O que eu fiz foi abraçar". Mas a hipocrisia e o "cretinismo parlamentar" parecem afetar muita gente, o que só reforça o machismo, a misoginia e o assédio.

Até hoje, o deputado Fernando Cury continua impune e arrogante. O Conselho de Ética do Cidadania, sigla presidida por Roberto Freire, repudiou sua ação criminosa e recomendou sua expulsão. Mas ele segue filiado ao partido. Já a Alesp não tomou ainda qualquer atitude, apesar de vários abaixo-assinados pela cassação do mandato do assediador.

A decisão do TJ-SP, porém, pode mudar esse cenário. "A defesa do deputado Fernando Cury informou que ainda não tomou conhecimento da íntegra da decisão, mas reiterou que o parlamentar vai provar que ‘jamais existiu crime de importunação sexual’”, informa o jornal Estadão. Mas, felizmente, não dá para apagar os vídeos nem a história!

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