Desde ontem cedo, este blog vem advertindo que esta história da compra de 33 milhões de doses da vacina da Astrazêneca era uma “marketagem macabra“.
Acreditou que isso iria sair só quem é muito otário e achava que, pressionada pelo mundo inteiro para entregar as vacinas que já vendeu e ainda estão na promessa, a Astrazêneca ia vender uma enorme quantidade destas para um grupo de empresários brasileiros.
Um destes otários foi o senhor Jair Bolsonaro, que hoje de manhã anunciou que “o governo é favorável a esse grupo de empresários trazer vacina a custo zero pro governo”.
O otário da Fazenda, Paulo Guedes, e o otário da Saúde, Eduardo Pazuello, também acreditaram e apoiaram a ideia.
Agora, os bobos ficaram nus na praça, porque a Astrazêneca soltou um comunicado anunciando que “todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado”.
E olhe que nem estão disponíveis, tanto que a União Europeia ameaça processar a AstraZeneca por atrasos nas vacinas vendidas e não entregues.
Mas a ânsia de mostrarem-se “tomando providências”, mesmo que por mãos alheias, é que nos leva a estes espetáculos deprimentes de falta esperteza – aliás, a matéria das quais se faz os otários – como este da Dolarvac das empresas privadas e o de ontem do “liberei a vachina” retida.
Ninguém tem o menor compromisso com a exequibilidade do que se propõe.
Ou será que ninguém se lembra do “amigo do Paulo Guedes” que ia “colocar 40 milhões de testes de Covid” aqui, em um só mês.
Mutreta pura, conversa de espertalhão.
O que restou foi uma compra tardia do governo e alguns milhões de testes perdendo a validade no depósito.
Tenho de repetir a frase final do post anterior e dizer que esta história do “compro vacina” empresarial só não é mais iníqua porque é – e sempre foi – mentira.
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