Por João Guilherme Vargas Netto
No carnaval da pandemia a terça-feira foi magra e a quarta-feira de brasas.
Não bastassem a falta de vacinas, a ausência do auxílio emergencial, a retomada intempestiva e desorganizada das aulas, as aglomerações eufóricas e suicidas, um agente provocador – atual deputado federal – quis soprar as brasas e acender uma fogueira institucional.
Às suas agressões antidemocráticas houve a resposta unânime do STF e a denúncia da PGR e aguarda-se agora a votação na Câmara; escrevo esperando o desfecho.
Uma coisa é certa: se houver um acordo (que apesar de tudo deve ser buscado para não dar curso à provocação mal intencionada), se houver um acordo lesivo ao sentimento democrático ofendido, o pior de nossa sociedade – o bolsonarismo raiz – se encontrará fortalecido e nuvens pesadas continuarão se acumulando sobre a sociedade que assiste a tudo bestializada...
Quero elogiar enfaticamente a nota pública das lideranças partidárias da oposição emitida no próprio dia 17 de fevereiro que apoia a condenação do deputado, exige análise imediata pelo conselho de ética e pelo plenário da Câmara em voto aberto e reafirma os temas de discussão essenciais para o momento.
O elogio é triplo. Em primeiro lugar ao próprio conteúdo do documento. Em seguida ao seu caráter unitário (do campo oposicionista). E finalmente pelas suas enfáticas últimas palavras – “Neste momento, a nossa prioridade máxima é a seguinte: vacina para todos e prorrogação do auxílio emergencial já!”.
Estas palavras atentas e corretas refletem, subscrevem e dão amplitude às reivindicações das centrais sindicais verbalizadas desde sempre.
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