Por Altamiro Borges
A revista Exame, dedicada à cloaca empresarial – aquela que só pensa no lucro e se opõe às medidas mais rígidas de isolamento social –, estampa no título: "Volkswagen suspende produção no Brasil por causa da pandemia". A princípio, as quatro fábricas da multinacional alemã ficarão fechadas até 4 de abril. Mas a suspensão poderá ainda ser prorrogada.
Segundo a reportagem, as unidades de São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos – no estado de São Paulo – e São José dos Pinhais, no Paraná, paralisarão as atividades em 24 de março. Em nota, a Volks afirma que o aumento de ocupação de leitos de UTI, ocasionado pela vertiginosa piora da pandemia, foi o fator responsável pela medida. “A empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares”, afirma a nota.
Ainda segundo o comunicado, a decisão foi tomada em conjunto com os sindicatos locais. "No Brasil, a Volkswagen tem 15.000 empregados, distribuídos em quatro fábricas, um centro de peças em Vinhedo (SP) e escritórios regionais", relata a Exame. A pandemia da Covid-19 – somada ao agravamento da crise econômica que a nota omite – bateu à porta da multinacional alemã.
Outras montadores também podem parar
Outras indústrias poderão seguir o mesmo caminho nos próximos dias. Como informa o site da CNN-Brasil, “das montadoras que operam no Brasil, o movimento da Volkswagen foi, por enquanto, o mais dramático. Algo parecido aconteceu na General Motors, mas o motivo não foi a pandemia de Covid-19. A montadora suspendeu até maio o contrato de 600 funcionários por causa da falta de componentes para a produção de carros. Outros 368 colaboradores já estavam em layoff desde abril do ano passado”.
Já o site G1 registra que “a decisão da Volkswagen foi tomada após negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que pressiona as empresas da região pela paralisação das fábricas. A entidade segue em contato com outras montadoras da região, como Mercedes-Benz, Toyota e Scania, reivindicando a suspensão das atividades”.
“O presidente do sindicato, Wagner Santana, disse que ainda não houve acordo com todas as empresas, mas que a entidade ‘vai orientar seus associados a abrir negociação com os sindicatos responsáveis por cada planta produtiva, para discutir a situação e a possibilidade de parada, caso a caso’”.
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