Ilustração: Marcio Baraldi |
Em mais de dois séculos da história dos sindicatos uma contradição revela-se evidente. A contradição entre o caráter coletivo da ação sindical dos trabalhadores e o papel relevante desempenhado pela personalidade forte de um dirigente.
A história geral do movimento pode ser descrita através de entidades representativas que marcaram época ou por campanhas e greves significativas.
Mas a história de cada entidade é indissociável da biografia de um só indivíduo ou, no máximo, de um pequeno grupo deles. A vida e a atividade do dirigente marcam a história da entidade e a dividem em épocas associadas à sua biografia.
Isto acontece em toda a história sindical, principalmente daquelas lideranças que se projetaram além das fronteiras do sindicato; um nome, uma experiência, uma época, uma vitória memorável.
Exatamente por isso, ao longo da história dos sindicatos, as regras de substituição de dirigentes não são as mesmas que vigoram em outras instituições sociais; o dirigente sindical, uma vez consagrado, mantém durante muito tempo as rédeas do poder.
Isto aumenta a responsabilidade do dirigente e exige dele, permanentemente, uma atitude positiva.
Mais ainda em uma situação, como a brasileira, de transição no modelo da estrutura sindical e de ruptura do pacto com os poderes do Estado, aceleradas pela pandemia.
A pessoa do dirigente, sua atitude, seu empenho e principalmente a simbiose entre ele e a base que representa, determinam o potencial de relevância de cada entidade, que é fruto do protagonismo de seu dirigente.
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