Editoriais e analistas políticos, nos jornais, repetem o evidente: Jair Bolsonaro aposta num golpe, na ruptura do que resta das estruturas democráticas do país, como forma de continuar no poder.
Até Edson Fachin, que até há pouco legitimava todo a qualquer atropelo da Lava Jato, passou a dizer que, “se concedermos” no “mínimo essencial” da democracia, “não haverá Judiciário amanhã”.
A questão é que – apesar dos generais que pensaram cavalgá-lo quando o empurrá-lo para o poder e que descobriram tornarem-se, ao contrário, suas cavalgaduras – as Forças Armadas e, muito especialmente, o Exército, não serão pontas de lança de uma aventura golpista.
O Exército Brasileiro, apesar de todo o sabujismo que desenvolveu em relação a ele, não é o que ele chama de “meu” exército.
O exército “dele” foi o que ele fez desfilar em Brasília e no Rio de Janeiro: suas falanges de núcleo miliciano.
O psicanalista Paulo Sternick, em ótimo artigo hoje, em O Globo, os enumera: ” seguidores fanáticos, civis e militares (de baixa patente e policiais), que julgam deter o monopólio do patriotismo, e milicianos dispostos a matar ou morrer por subterrâneas causas”.
“Então, como se daria uma tentativa de golpe sem as Forças Armadas, no caso de uma inconformidade pela perda do poder? Remember Capitólio? Alegar fraude e não reconhecer a derrota? Apelar para ameaça do comunismo, ou “retorno” da corrupção, tocando o terror para convocar os militares? “
Há uma coerência em tudo o que Jair Bolsonaro fez na liberação de armamentos – em parte limitada pelo Supremo, mas só em parte – e, nos tempos mais recentes, no desmonte da capacidade de que os comandantes das Forças Armadas conservem alguma independência e autoridade sobre suas tropas e sua obsessão em manter sob sua influência (sua, da família e de seu principal parceiro militar, o general Augusto Heleno) o Gabinete de Segurança Institucional, a Abin e comando da Polícia Federal.
Bolsonaro fez um ousado movimento com a convocação – prontamente obedecida – para que Eduardo Pazuello fosse quebrar a disciplina militar e deixar o comandante do Exército numa situação crítica.
Seu silêncio é prudente e deve mesmo acompanhar o processamento regular da punição por indisciplina, mas traz o risco de que seja entendido como aceitação de que Bolsonaro pode acabar com a disciplina militar com o mesmo estalar de dedos com que chamou Pazuello para seu palanque.
Até Edson Fachin, que até há pouco legitimava todo a qualquer atropelo da Lava Jato, passou a dizer que, “se concedermos” no “mínimo essencial” da democracia, “não haverá Judiciário amanhã”.
A questão é que – apesar dos generais que pensaram cavalgá-lo quando o empurrá-lo para o poder e que descobriram tornarem-se, ao contrário, suas cavalgaduras – as Forças Armadas e, muito especialmente, o Exército, não serão pontas de lança de uma aventura golpista.
O Exército Brasileiro, apesar de todo o sabujismo que desenvolveu em relação a ele, não é o que ele chama de “meu” exército.
O exército “dele” foi o que ele fez desfilar em Brasília e no Rio de Janeiro: suas falanges de núcleo miliciano.
O psicanalista Paulo Sternick, em ótimo artigo hoje, em O Globo, os enumera: ” seguidores fanáticos, civis e militares (de baixa patente e policiais), que julgam deter o monopólio do patriotismo, e milicianos dispostos a matar ou morrer por subterrâneas causas”.
“Então, como se daria uma tentativa de golpe sem as Forças Armadas, no caso de uma inconformidade pela perda do poder? Remember Capitólio? Alegar fraude e não reconhecer a derrota? Apelar para ameaça do comunismo, ou “retorno” da corrupção, tocando o terror para convocar os militares? “
Há uma coerência em tudo o que Jair Bolsonaro fez na liberação de armamentos – em parte limitada pelo Supremo, mas só em parte – e, nos tempos mais recentes, no desmonte da capacidade de que os comandantes das Forças Armadas conservem alguma independência e autoridade sobre suas tropas e sua obsessão em manter sob sua influência (sua, da família e de seu principal parceiro militar, o general Augusto Heleno) o Gabinete de Segurança Institucional, a Abin e comando da Polícia Federal.
Bolsonaro fez um ousado movimento com a convocação – prontamente obedecida – para que Eduardo Pazuello fosse quebrar a disciplina militar e deixar o comandante do Exército numa situação crítica.
Seu silêncio é prudente e deve mesmo acompanhar o processamento regular da punição por indisciplina, mas traz o risco de que seja entendido como aceitação de que Bolsonaro pode acabar com a disciplina militar com o mesmo estalar de dedos com que chamou Pazuello para seu palanque.
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