domingo, 23 de maio de 2021

Horda bolsonarista ataca repórter da CNN

Por Altamiro Borges

As hordas fascistas não toleram a democracia. Na aglomeração promovida por Jair Bolsonaro neste domingo (23), no Rio de Janeiro, elas voltaram a atacar e investiram contra o repórter Pedro Duran, da CNN-Brasil. O jornalista foi xingado, cutucado e teve que sair escoltado pela polícia para não ser linchado.

Os milicianos babaram ódio – nem vacina antirrábica curaria a raiva. "Lixo", "lixo", rosnavam os fascistas ensandecidos. Pelas redes sociais, as milícias também disparam mensagens contra a CNN-Brasil – até outro dia vista como aliada do "capetão" – e contra a mídia em geral. “Crie corvos e eles te arrancarão os olhos”, diz um velho provérbio espanhol.

Diante do grave atentado à liberdade de expressão, que poderia até resultar em cenas mais graves de violência, o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram uma nota de repúdio. As entidades também cobraram providências imediatas e duras das autoridades locais contra os fascistas.

A nota registra que o repórter "foi impedido de exercer a sua função profissional e teve que ser escoltado por PMs para escapar da fúria dos antidemocratas". Após cobrar apuração e punição, ela conclui: "A liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia. Dela jamais abriremos mão".

Alexandre Garcia e outros fascistas da CNN

A CNN-Brasil, de propriedade do empresário bolsonarista Rubens Menin – que também é dono da construtora MRV e do banco Inter, entre outras corporações –, divulgou nota sobre as agressões sofridas pelo repórter da emissora. Ela é bem anódina – até covarde. Sequer cita as milícias fascistas e que a aglomeração foi liderada por Jair Bolsonaro.

“A CNN Brasil repudia todo tipo de agressão. Acreditamos na liberdade de imprensa como um dos pilares da democracia. Os jornalistas têm direito constitucional de exercer sua profissão de forma segura, para noticiarem fatos, dentro dos princípios do apartidarismo e da independência”, afirma a nota da empresa.

Irônico, o ex-deputado Jean Wyllys reagiu à nota da CNN: “Aproveita e repensa o tanto de espaço dado a 'analistas' de extrema-direita que estimulam esse comportamento fascista contra a imprensa livre”. A emissora serve de palanque para Alexandre Garcia e outros bolsonaristas babões.

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Reproduzo abaixo a nota do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e da Fenaj

Em mais uma manifestação de truculência, intransigência, absoluto desrespeito com a atividade jornalística e a liberdade de imprensa e de expressão, grupos bolsonaristas atacaram hoje, 23/5, o repórter da CNN Pedro Duran durante a cobertura da manifestação promovida no Rio de Janeiro pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. O repórter foi impedido de exercer sua função profissional e teve que ser escoltado por policiais militares para escapar da fúria dos antidemocratas.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio (SJPMRJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam veementemente os ataques ao repórter. O Relatório da Violência contra Jornalista e Liberdade de Imprensa – 2020, produzido pela FENAJ, mostra que nos dois últimos anos é crescente a insegurança para o exercício da profissão de jornalista no Brasil. Os ataques que profissionais de imprensa vêm sofrendo por parte de grupos de apoiadores do presidente passaram a ser frequentes e, lamentavelmente, são alimentados pela pessoa que ocupa o mais alto cargo da Nação.

Diante dos graves fatos registrados nessa manhã, o SJPMRJ e a FENAJ cobram das autoridades do município do Rio as providências necessárias no sentido de punir os responsáveis pela manifestação, que desrespeitou todas as medidas sanitárias de combate à pandemia e pôs em risco a vida de milhares de cidadãos cariocas.

A liberdade de imprensa é um dos pilares da Democracia. E dela jamais abriremos mão.

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