Por João Guilherme Vargas Netto
As direções sindicais acertariam se discutissem as medidas necessárias para implementar a agenda legislativa dos trabalhadores elaborada pelo DIAP e a difundissem nas bases. São 23 propostas que abarcam as preocupações do mundo do trabalho sobre temas em discussão no Congresso Nacional ou que precisam ser apresentadas.
Já Clemente Ganz Lucio acerta em seu artigo sobre a agenda legislativa ao cravar que a medida número um é a exigência da votação do auxílio emergencial de 600 reais para todos os necessitados até o fim da pandemia.
Com este empenho e esta exigência o movimento sindical contribuiria para a criação de um forte movimento de opinião pública que poderia provocar um degelo no Congresso Nacional fazendo o iceberg da derrota da MP 1.039 colidir com o Titanic de Bolsonaro.
Ao priorizar a luta pelos 600 reais o movimento sindical deve persistir no caminho da VIA – Vacina, Isolamento e Auxílio – sua orientação estratégica desde o começo da pandemia e que não pode ser abandonada.
Junto às iniciativas que configuram a VIA e hierarquizam a luta pelas 23 proposições legislativas, as direções sindicais deveriam se preocupar com as questões concretas do dia a dia da vida dos trabalhadores que exigem presença sindical.
A vigilância sobre a aplicação segura dos protocolos sanitários nas empresas, as campanhas salariais nas datas-bases, as correções dos valores das PLRs, a defesa do emprego e a resistência às demissões, a participação do sindicato nos acordos de redução da jornada ou de suspensão de contratos, a garantia da presença sindical nas assembleias presenciais ou virtuais dos trabalhadores são exemplos da ação sindical permanente, efetiva e relevante, ainda que não espetaculosa.
Além da VIA e do enfrentamento das questões correntes do dia a dia as direções sindicais deveriam organizar em todas as entidades a solidariedade social com coleta e distribuição de alimentos, roupas, remédios e tudo mais que alivie a desesperadora situação dos trabalhadores desempregados, desalentados e famintos.
A solidariedade social, além de necessária, é uma exigência para garantir a relação entre o movimento sindical e os milhões de trabalhadores desassistidos que precisam de mão amiga.
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