Por Altamiro Borges
A revista Exame – dedicada à cloaca burguesa, que bancou e segue sustentando o fascista Jair Bolsonaro – publicou nessa segunda-feira (21) que "o Brasil foi o país da América Latina que teve a maior queda de investimentos estrangeiros em 2020". A pandemia da Covid-19 não explica totalmente a drástica retração do Investimento Estrangeiro Direto (IED).
Apesar de seguir “passando a boiada” para os empresários ávidos por lucros e sem escrúpulos, parece que o capital externo já desconfia de uma tragédia no Brasil – com o morticínio causado pelo genocida, a devastação ambiental sem controle e o risco de conflagrações políticas. Estes fatores, entre outros, ajudariam a explicar a redução da grana externa.
Segundo estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês), o IED foi 62% menor no país no ano passado em comparação a 2019. Com o resultado, o Brasil recebeu o menor valor em investimentos estrangeiros das últimas duas décadas.
País cai de sexto para 11º no ranking mundial
Em 2020, entraram no país 24,8 bilhões de dólares; já em 2019, a grana externa foi de 65,4 bilhões de dólares. Fruto dessa queda brusca, o Brasil caiu de sexto para o 11º lugar no ranking dos países que mais recebem investimento estrangeiro direto. Isto em apenas um ano – de 2019 a 2020.
A revista informa que a América Latina, como um todo, “teve uma redução de 45% nos investimentos estrangeiros, para 88 bilhões de dólares em 2020, a maior queda entre as regiões emergentes do mundo, que incluem também o continente africano e parte dos países da Ásia. Depois do Brasil, o país da região que teve a maior redução proporcional na entrada de recursos foi a Colômbia, com queda de 46,3%”.
No mundo todo, o Investimento Direto Estrangeiro registrou queda em 2020 de 35%. O total no ano foi de cerca de 1 trilhão de dólares, enquanto em 2019, o investimento estrangeiro havia sido de 1,5 trilhão de dólares. “O nível é o mais baixo desde 2005 e 20% menor em comparação a 2009, ano imediatamente posterior à crise financeira global”.
Perspectivas não são nada otimistas
Segundo a Unctad, a tendência é que haja um crescimento do IED no próximo ano. “Apesar da projeção de recuperação global, as regiões da América Latina e África não devem acompanhar o restante do mundo. O relatório avalia que uma retomada substancial do investimento estrangeiro nas regiões é improvável no curto prazo”, afirma a Exame.
Como aponta o jornalista Jamil Chade, em artigo postado no site UOL, “para 2021 e 2022, a projeção da ONU é de que a incerteza política e a crise sanitária podem perpetuar um baixo nível de investimentos no Brasil. As estimativas avaliam que o atual ano pode registrar uma variação entre -5% e +5% no fluxo ao país”.
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