Por Altamiro Borges
O estridente panelaço em centenas de cidades abafou as mentiras obradas pelo "capetão" genocida em rede nacional de TV na noite desta quarta-feira (2). O presidente Jair Bolsonaro, o cínico negacionista que sempre foi contra as "vachinas" para enfrentar a "gripezinha" da Covid-19, deve ter ido para a cama em pânico, com sua arminha debaixo do travesseiro.
O farsante, que até agora se jacta de não ter tomado a vacina, garantiu que "todos os brasileiros que assim o desejarem serão vacinados" ainda neste ano. O picareta também mentiu sobre o sucesso da imunização no Brasil, um dos piores países do mundo nesse quesito – e o segundo em mortes decorrentes do novo coronavírus.
Diante do piriri verborrágico transmitido em rede de TV, a sociedade fez barulho. A imprensa informa que foram ouvidos panelaços em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Florianópolis, Vitória, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador, Belém e Brasília. Fora das capitais, também ocorreram protestos em várias cidades de grande e médio porte.
Segundo registro da Folha, o panelaço foi um dos mais expressivos dos últimos tempos. “Esse tipo de protesto contra o presidente tem ocorrido desde março de 2020, quando foi declarada a pandemia do coronavírus, principalmente em ocasiões em que Jair Bolsonaro faz declarações na TV”.
"Atraso fatal e doloroso"
Além do panelaço, as fake news do fascista na TV causaram a repulsa de outros setores da sociedade. A direção da CPI da Covid, por exemplo, divulgou nota lamentando ironicamente “o atraso fatal e doloroso” no reconhecimento da urgência da vacinação. Segundo o texto, o Brasil esperava que Jair Bolsonaro adotasse essa postura em 24 de março de 2020:
"Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira".
A nota critica o “negacionismo que minimizou a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’”. E prossegue: “Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19".
Ela é assinada pelo presidente do CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Também assinam a nota os seguintes membros da CPI: Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Braga (MDB-AM), titulares, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE), suplentes.
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