Por Altamiro Borges
O cerco ao genocida vai se fechando. Pressionada por todos os cantos, finalmente a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta sexta-feira (2) a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro por "prevaricação". O “capetão” deverá ser investigado sobre o escandaloso caso de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin.
O pedido ocorre após a ministra Rosa Weber cobrar Augusto Aras, chefão da PGR, sobre a notícia-crime apresentada por três senadores ao STF solicitando apuração das denúncias já feitas na CPI do Genocídio. “No desenho das atribuições do Ministério Público, não se vislumbra o papel de espectador das ações dos Poderes da República”, ironizou a magistrada.
Durante a semana, o “espectador-geral da República” – que almejava ser indicado para a vaga aberta no Supremo – até tentou proteger Jair Bolsonaro. Disse que só avaliaria o pedido de abertura de inquérito após o fim da CPI da Covid. Mas, pressionado pelo STF e talvez desacreditado de ganhar o carguinho, Augusto Aras recuou. Pode ser apenas jogo de cena. A conferir!
Cresce a pressão sobre o fascista
De qualquer forma, o simples fato da PGR abrir agora um inquérito já aumenta a pressão sobre o fascista no poder. Em função da postura negacionista e criminosa diante da pandemia, que já causou mais de 520 mil mortes no país –, e dos depoimentos feitos à CPI, Jair Bolsonaro já vem derretendo nas pesquisas. O inquérito poderá ampliar ainda mais esse desgaste e sua irritação.
Como registra Bernardo Mello Franco, no jornal O Globo, “o presidente passará a ser formalmente investigado por prevaricação no escândalo da Covaxin. Isso ampliará seu desgaste num momento de queda de popularidade, avanço da CPI da Covid e de protestos de rua contra o governo”. Para o jornalista, a iniciativa “ameaça furar a blindagem que protege seu mandato”.
“A abertura de inquérito não significa que o presidente será alvo de denúncia ao fim das investigações. Mas o surgimento de novas provas, como uma eventual gravação da conversa com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), pode tornar esse desfecho inevitável. Até aqui, a sobrevivência política de Bolsonaro dependia apenas da fidelidade de Arthur Lira, que tem se recusado a abrir um processo de impeachment. Agora o presidente também está nas mãos do procurador-geral Augusto Aras, que sonha com uma vaga no Supremo”.
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