quinta-feira, 1 de julho de 2021

Alta na conta de luz, apagão e racionamento

Por Altamiro Borges

Na segunda-feira (28), em rede nacional de TV, o ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque, afirmou em tom grave que “é fundamental” que o brasileiro evite desperdício de água e economize energia elétrica. A ordem de comando do milico é explícita. Prepare o seu lombo. Vem aí aumento da conta de luz, racionamento ou apagão. Ou tudo junto e misturado. Haja incompetência no laranjal bolsonariano.

Um dia após o pronunciamento do almirante, a Enel Distribuição informou aos seus clientes que a partir de domingo (4) a conta de luz terá um aumento médio de 9,44%. Ele será aplicado nas 24 cidades atendidas pela concessionária privada, penalizando aproximadamente 7,4 milhões de consumidores no Estado de São Paulo.

Segundo o jornal Agora, “para os consumidores residenciais, o reajuste será de 11,38%. Já para os clientes de média e alta tensão, em geral indústrias e grandes comércios, o índice será de 3,67%. ‘Os principais fatores que influenciaram este aumento foram a alta da inflação e o aumento dos custos com aquisição de energia e com o transporte dessa energia até a distribuidora. Essas despesas, que são definidas por lei e pela regulação vigente, não são gerenciadas pela companhia", afirmou a Enel, por meio de nota”.

Reajuste de 52% na "bandeira vermelha patamar 2"

Na terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já havia definido que a bandeira tarifária de julho custará R$ 9,49 a cada 100 kWh – um reajuste de 52% na chamada bandeira vermelha patamar 2. “O valor deliberado pela diretoria colegiada da Aneel contempla os custos de geração de energia elétrica decorrentes da conjuntura hidrológica de exceção vivenciada no momento, a pior desde 1931 segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico”, alegou a Aneel.

Com a alta da conta de luz, muitos analistas já apostam que a inflação será de 6,4% em 2021, acima do teto da meta. “Uma pesquisa publicada pelo grupo de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em maio – mesmo antes do reajuste anunciado pela Aneel – já apontava que a energia elétrica, o gás de botijão e os remédios seriam os principais vilões da inflação este ano, levando o IPCA para acima do teto da meta, de 5,25%”, relata a Folha.

“Na média, o reajuste na bandeira vermelha, cobrada para custear as usinas térmicas e compensar a crise da falta de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas, vai ter impacto médio de 8,12% na conta de luz em junho, calcula a Fundação Getúlio Vargas. Além dos impactos no bolso do consumidor, a elevação dos preços da energia pode reduzir o espaço no teto de gastos do ano que vem, de acordo com uma nota informativa do Ministério da Economia”.

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