Por Altamiro Borges
Em 14 de maio, um sujeito foi flagrado balançando uma bandeira nazista na sacada de um apartamento na região central de Florianópolis. O fato causou alvoroço nas redes sociais e gerou a abertura de uma investigação na Polícia Civil de Santa Catarina, mas ninguém mais fala no absurdo. O psicopata já foi identificado e punido?
Na ocasião, o Ministério Público (MP-SC) enfatizou que a legislação brasileira determina a “pena de reclusão de um a três anos e multa para quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.
O vídeo do maluco foi enviado ao Núcleo de Enfrentamento a Crimes de Racismo e Intolerância (Necrim), criado em 2020 para combater células que cultuam o nazismo em Santa Catarina – e que cresceram nos últimos tempos. "A propagação do ideário nazista e o racismo são crimes que precisam ser combatidos com firmeza", alertou o MP-SC.
Até o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), um conhecido direitista, garantiu que iria apurar o caso, insinuando que o autor poderia ter problemas mentais. "A investigação definirá se é problema psiquiátrico ou desvio de caráter, ou os dois... Toda essa repercussão negativa sobre o caso demonstra que a nossa cidade não tolera nazismo", tuitou.
Impunidade e ação KKK em Porto Alegre
Na prática, a impunidade estimula os neonazistas a saírem do esgoto. Eles nunca são punidos e o assunto some da mídia. Alguns dias antes, em 21 de abril, um aloprado apareceu fantasiado com roupas semelhantes às usadas pela Ku Klux Klan durante um ato em Porto Alegre (RS) em favor do fascista Jair Bolsonaro e pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal.
Segundo relato do site UOL, “a manifestação teve ainda gritos contra o comunismo e pedidos de intervenção militar... Em um vídeo que circula nas redes sociais, bonecos aparecem enforcados em uma árvore enquanto o homem, chamado de ‘carrasco’, falava e era aplaudido por dezenas de presentes. A manifestação aconteceu na avenida Goethe, no Parque Moinhos de Vento (Parcão)”.
“Em um outro vídeo é possível ver pessoas aglomeradas – muitas delas sem máscara –, vestidas de verde e amarelo, e carregando bandeiras do Brasil. No local, há faixas e cartazes estendidos no chão com críticas a ministros, deputados e senadores. Alguns pedem ‘intervenção cívico-militar com Bolsonaro’. Durante o ato, os participantes usam também os termos ‘eu autorizo, presidente’, como aval para que Bolsonaro ‘dê um golpe de Estado’”.
Na ocasião, seis vereadores – Matheus Gomes (PSOL), Karen Santos (PSOL), Reginete Bispo (PT), Daiana Santos (PCdoB), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Leonel Radde (PT) – registraram boletim de ocorrência na Delegacia Especializada no Combate à Crimes de Intolerância. O grupo argumentou que a manifestação foi “uma apologia explícita à violência racial e ao ódio como um elemento de violência política”.
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