sexta-feira, 17 de setembro de 2021

PIB em queda e o arrego de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro anda quieto. "Arregou" ou quer esconder seu enorme fiasco no governo – como apontaram as manchetes dos jornalões nesta quarta-feira (15)? Folha: “Economistas preveem PIB abaixo de 1% em 2022”. Estadão: “BC levará Selic ‘aonde precisar’; mercado reduz projeção do PIB”. O Globo: “Previsão do PIB para 2022 já fica abaixo de 1%”. Valor: “Previsões para PIB em 2022 caem abaixo de 1%”.

O clima é de visível ceticismo na cloaca burguesa, responsável pela ascensão do fascista ao poder. Ela desconfia que o “laranjal” bolsonariano não tem mais salvação, o que afugenta os investimentos externos e internos. Nesta semana, o Itaú, por exemplo, reduziu suas expectativas para o crescimento do PIB de 1,5% pra 0,5%. O maior banco privado do país passou a prever ainda um preocupante aumento do desemprego no próximo ano.

Já os abutres financeiros da XP Investimentos agora desconfiam do reinado desastroso de Bolsonaro/Guedes. A corretora apontou que o possível racionamento de energia pode zerar o crescimento do PIB em 2022. Caos total! Por sua vez, o JP Morgan, que antes também projetava 1,5% de crescimento para o ano que vem, revisou a expectativa para 0,9%. E a MB Associados, que trabalhava com crescimento de 1,4% em 2022, revisou as estimativas para 0,4%.

Seis razões para o pessimismo

O desastre da economia brasileira já repercute em veículos estrangeiros. A edição brasileira do site britânico da BBC listou nesta semana seis razões para o pessimismo do "deus-mercado": 1) Inflação e juros em alta; 2) Renda menor; 3) Setor de serviços no limite; 4) Desaceleração global; 5) Crise hídrica e possível racionamento de energia; 6) Eleições conturbadas.

Dados de organismos internacionais apontam que o PIB brasileiro teve o terceiro pior desempenho entre os 20 países mais ricos do mundo (G-20) no segundo trimestre deste ano. A queda de 0,1% só não ficou abaixo dos resultados da Índia e do Canadá. O PIB nas economias do G-20 cresceu 0,4% no segundo trimestre, recuperando-se da redução de 0,9% nos três meses anteriores.

Neste clima de pessimismo crescente na economia, até os barões do agronegócio – uma das principais bases de apoio do fascista no poder – começam a desconfiar do futuro do laranjal. Segundo título estampado na Folha nesta terça-feira (14), “aumenta o desembarque do agro do governo de Bolsonaro”. Os ruralistas parecem preocupados com os rumos políticos e seus impactos econômicos. “O setor do agro é amplo e diverso. O apoio, bastante forte, que deu ao presidente nas eleições de 2018 se esfarela cada vez mais, dependendo da atividade dentro do agronegócio”, descreve a reportagem.

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