Durante muitas décadas, desde 1930, foi sendo estabelecido no Brasil um pacto entre a sociedade (e os governantes e as instituições) e o movimento sindical dos trabalhadores. Este pacto, de reconhecimento e aceitação, resultado da luta dos trabalhadores, não foi rompido nem mesmo durante a ditadura militar que reprimiu selvagemente os ativistas e dificultou a ação do sindicato, mas, por exemplo, fez crescer aceleradamente a sindicalização rural.
Na luta pelo fim da ditadura reforçou-se o elo entre o anseio democrático da sociedade e a pauta dos trabalhadores com a realização da Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), na Praia Grande, em 1981. Os resultados foram inscritos em todo o segundo capítulo da Constituição e garantiram, na sequência, a ascensão e vitória de Lula.
Com o impeachment de Dilma e a deforma trabalhista de Temer consumou-se, pela primeira vez, uma ruptura radical do pacto societário agravada pela eleição de Bolsonaro e a força da extrema direita. O ministério do Trabalho chegou a ser extinto, reexistente agora, mas inócuo.
Neste quadro clamoroso com todas as dificuldades do desemprego e da desorganização das relações de trabalho (ainda mais com a pandemia), o movimento sindical dos trabalhadores precisa mostrar sua unidade, relevância e força, restabelecendo o pacto com a sociedade (e os governantes e as instituições) para enfrentar e superar a tragédia atual.
Para tanto, ao cumprirem as tarefas correntes do dia a dia as direções sindicais devem se preparar e preparar os trabalhadores para a realização de uma nova Conclat durante o mês de abril de 2022, culminando no 1º de Maio, com as tarefas de elaborar a nova pauta sindical e apresentá-la à sociedade (e aos candidatos, até mesmo os nossos nas eventuais disputas legislativas), bem como de eleger uma verdadeira Comissão Executiva da Classe Trabalhadora, capaz de dirigir a luta nas condições novas do pacto restaurado e renovado.
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