terça-feira, 12 de outubro de 2021

Malafaia inferniza ministros de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

O "pastor" Silas Malafaia resolveu infernizar a vida de três ministros do laranjal bolsonariano: Ciro Nogueira (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo). Em vídeo postado nas redes sociais na segunda-feira (11), ele cobrou o apoio à indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) de André Mendonça, o "evangélico terrível".

“Não é o pastor que está indicando. É uma vergonha, um preconceito e uma tremenda de uma safadeza. São ministros políticos e são obrigados a defender a indicação do presidente Bolsonaro e a trabalhar a favor de André Mendonça”, postou o encapetado Silas Malafaia. Segundo especulação da mídia, o líder evangélico está decidido a ir à “guerra santa”!

Já no domingo (10), o “pastor” postou no Twitter que “dois ministros” tinham perdido totalmente a “condição moral” de continuar em seus cargos. Ele não deu os nomes, mas afirmou que eram autoridades “inescrupulosas” e prometeu que a divulgação seria uma “verdadeira arrasa quarteirão”. Agora, o líder evangélico pede a cabeça de três ministros.

André Mendonça empacado no Senado

A indicação de André Mendonça, ex-advogado-geral da União (AGU) e ex-ministro da Justiça do laranjal, está parada no Senado há quase três meses. Ele foi indicado à vaga do ex-ministro Marco Aurélio Mello em 13 de julho, mas seu nome empacou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde nem mesmo teve o relator designado por David Alcolumbre (DEM-AP), presidente da CCJ.

Neste fim de semana, em seu passeio no litoral paulista, Jair Bolsonaro reclamou da demora para a marcação da sabatina no Senado. “Quem não está permitindo a sabatina é o Davi Alcolumbre, pessoa que eu ajudei na ocasião das eleições. Teve tudo que foi possível durante dois anos comigo e de repente ele não quer o André Mendonça”, esbravejou o fascista, que ainda tenta evitar uma nova diarreia verbal.

Milícias digitais miram em Flávia Arruda

Em tempo: Talvez incentivadas pelo “pastor do ódio”, as milícias digitais bolsonaristas demonizaram nestes dias a ministra Flávia Arruda, da Secretaria do Governo. Elas resgataram uma postagem feita há quase dois meses em que ela citava a filósofa e feminista francesa Simone de Beauvoir.

Como relata o site Metrópoles, “influenciadores que defendem o governo e têm centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, como Leandro Ruschel, Paula Marisa e Silvio Grimaldo, resgataram a postagem citando a intelectual feita pela ministra para atacá-la. O movimento já alcança milhares de interações no Twitter, Facebook e Instagram”.

“Alçada ao primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em março deste ano, como parte de um acordo do presidente com partidos do Centrão para melhorar a governabilidade, a parlamentar do PL do Distrito Federal nunca ganhou a simpatia do bolsonarismo mais ideológico. O movimento afirma que Flávia Arruda simboliza, junto ao ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, a submissão do chefe do Executivo a acertos com a ‘velha política’ que ele prometeu – desde a campanha – que não faria”, registra o site.

Nos últimos dias, porém, os ataques adquiriram maior fúria, inclusive misógina – o que pode indicar novas alianças no laranjal. “Os influenciadores bolsonaristas mais ideológicos nunca chegaram a se engajar na defesa da ida do ex-ministro André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é uma pauta defendida por outra ala de apoiadores do presidente, os evangélicos. Agora, porém, os dois grupos estão unidos nos ataques à ministra Flávia Arruda”.

Um comentário:

  1. Será que o "pastor" já seguiu as recomendações do falecido comentarista da Bando (Ricardo Boechat)?

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