Foto: Reprodução do Sindicato dos Metroviários/SP |
A sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo continuará com a categoria. Um acordo entre a entidade e o governo João Doria (PSDB-SP), anunciado nesta quarta-feira (29), deve encerrar um impasse que se arrasta desde maio e reverter o leilão do imóvel, situado no Tatuapé, na zona leste de São Paulo.
“Vencemos a batalha da sede. É fruto da nossa luta, da resistência dos metroviários – mas também do trabalho abnegado de parlamentares como o Orlando Silva (PCdoB-SP) e Carlos Zarattini (PT-SP). Nossa sede fica!”, celebrou Wagner Fajardo , coordenador-geral do sindicato.
Alvo da disputa, o terreno foi cedido pelo Metrô ao sindicato, que ali ergueu e inaugurou sua sede em 1990. A entidade era presidida, à época, por Wagner Gomes. “Os metroviários construíram com recursos próprios o edifício com salas, quadra, estúdio musical e até uma praça”, lembrou o Sindicato, em nota. Mas em 28 de maio passado, sem sequer dialogar com o sindicato, o governo golpeou os trabalhadores e leiloou o imóvel.
A resistência foi imediata. Sob a liderança do sindicato e com o apoio de entidades, partidos e parlamentares, os metroviários realizaram atos e até uma greve, chegaram a ocupar a sede e disseram que não aceitariam o despejo nem a reintegração de posse. Projetos de tombamento do imóvel foram apresentados na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. A gestão Doria, porém, mantinha a intransigência.
As tratativas se intensificaram em setembro, e o governo começou a ceder. No domingo (26), Wagner Fajardo e Orlando Silva se reuniram com o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, para tratar da batalha da sede e da campanha salarial da categoria. O encontro foi decisivo para se chegar aos termos do acordo: aquisição do terreno pelo governo e nova cessão ao sindicato, por comodato. Além disso, o secretário concordou também em renovar o Acordo Coletivo por dois anos, repondo a inflação e mantendo as cláusulas, conforme proposta apresentada pelo TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo). A data-base da categoria é 1º de maio.
Nesta quarta-feira (29), o martelo foi praticamente batido. O vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o secretário estadual de Projetos e Ações Estratégicas, Rodrigo Maia, receberam, em audiência, Orlando Silva, Carlos Zarattini e representantes de outros parlamentares parceiros dos metroviários. No encontro, o governo reafirmou o compromisso firmado no domingo com Orlando e Fajardo: a batalha da sede será resolvida e o Acordo Coletivo, renovado.
À noite, uma live promovida pelo sindicato detalhou os termos do acordo. “Esse caminho aberto no domingo avançou um pouco mais hoje e deve ser visto como fruto da luta e da pressão dos metroviários, além da ação unificada com outras categorias, sindicatos e movimentos. A unidade na luta foi muito importante”, declarou, na live, Orlando Silva. Segundo ele, é preciso “não baixar a guarda” e manter a mobilização.
Fajardo também frisa a solidariedade de outras categorias. “Mesmo com o receio de a polícia chegar e fazer uma reintegração violenta de posse, houve muito apoio de sindicatos e das centrais”, afirmou o coordenador-geral. De acordo com Fajardo, a renovação do Acordo Coletivo é a “cereja do bolo”, já que o Metrô ameaçava levar a negociação ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).
“Nas lutas do nosso povo, nós conseguimos vitórias quando há amplitude. A frente ampla que estamos construindo para derrotar Bolsonaro também serviu para derrotarmos a diretoria do Metrô”, conclui Fajardo. “Parabéns à nossa categoria e à diretoria do sindicato.”
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