domingo, 3 de outubro de 2021

Mourão, Edir Macedo e R$ 616 mil em diárias

Por Altamiro Borges


O "bispo" Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record, goza mesmo de muito prestígio no laranjal bolsonariano. Segundo matéria postada no site Metrópoles nesta sexta-feira (1), “o governo gastou R$ 616,3 mil apenas nas diárias da viagem do vice-presidente Hamilton Mourão a Angola em julho deste ano”. Entre outras agendas, o general se reuniu com o presidente angolano para tratar exclusivamente da grave crise que devasta a Iurd no país.

Ainda segundo a nota, “Mourão e mais 30 servidores foram a Luanda, capital angolana, para a XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Durante o período no país africano, o vice-presidente aproveitou, a pedido de Bolsonaro, para tratar da crise da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola”.

Nos últimos quatros meses, em função de disputas acirradas pelo poder na Iurd local e de críticas do governo angolano à interferência indevida da igreja no país, mais de 90 brasileiros foram deportados – conforme documento do Itamaraty encaminhado ao deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ). Devido à grave crise, segundo o Ministério de Relações Exteriores (MRE), o general Hamilton Mourão se encontrou com o presidente angolano João Lourenço e “suscitou o tema”.

A comitiva da vice-presidência, composta por nove pessoas, foi a Luanda em aviões da FAB. Já os outros 21 servidores do MRE e de outras secretarias do governo foram em voos particulares, que custaram R$ 609.159,00 aos cofres públicos. “Com base em informações obtidas via Lei de Acesso à Informação, o Metrópoles revelou, em agosto, que o custo da viagem de Mourão à Angola, por motivos dúbios, ultrapassou R$ 1 milhão”.

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O "embaixador" Marcelo Crivella

Em tempo: No início de agosto, o ministro Gilmar Mendes, do STF, decidiu devolver o passaporte de Marcelo Crivella, ex-prefeito do Rio de Janeiro. O bispo da Iurd, que é sobrinho de Edir Macedo, foi indicado pelo fascista Jair Bolsonaro para assumir a embaixada do Brasil na África do Sul. Ele estava proibido de deixar o país desde fevereiro passado em função das denúncias de corrupção envolvendo sua gestão. Agora, talvez, ele possa ajudar a resolver a crise da Iurd nos países africanos – evitando outros gastos inúteis em viagens do general Hamilton Mourão.

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