segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Neonazistas estão mais visíveis no Brasil


O Le Monde diz que “no Brasil de Jair Bolsonaro” os neonazistas “estão visíveis e descomplexados”.

Segundo o jornal, cada vez mais eles estão se expondo e os “escândalos envolvendo admiradores do Terceiro Reich” cresceram.

O texto é do correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Bruno Meyerfeld. Ele alerta sobre a emergência do movimento no país.

O jornalista cita o caso que viralizou nas redes da jovem de 24 anos que comemorou seu aniversário com um bolo com o rosto de Adolf Hitler estampado.

“O incidente está longe de ser isolado”, afirma Meyerfeld.

Cita outros casos, como um homem em Minas Gerais com suástica no braço em 2019. A bandeira nazista em janela do prédio em Santa Catarina. Também o homossexual espancado em Belo Horizonte e deixado inconsciente com uma suástica desenhada na testa.

Lembra ainda do candidato do Partido Liberal, que lançou candidato o professor conhecido por piscina com suástica. Também do pai da governadora interina de Santa Catarina, Daniela Renehr, que é negacionista do holocausto.

“Ponta do iceberg”, diz jornalista sobre os casos de neonazistas

Para Meyerfeld, esses casos são “somente a ponta do iceberg”. Ele cita a pesquisadora e antropóloga Adriana Dias.

Ela é especialista em movimentos neonazistas e cita que a quantidade de “células neonazistas” no país passou de 75 a 530 entre 2015 e 2021. “500 mil brasileiros seriam consumidores de produtos relacionados ao 3° Reich”, diz.

O jornalista do Le Monde lembra ainda de levantamento da ONG Safernet, que registrou, no mesmo período, aumento de 600% de denúncias por apologia ao nazismo na internet.

O texto cita também o professor de História contemporânea, Odilon Caldeira Neto. Segundo ele, os neonazistas brasileiros se sentem mais livres para se expressarem, sobretudo com a normalização da classificação do presidente como um “nazista”, “negacionista”, “genocida”, por seus opositores.

Justifica que os extremistas brasileiros se sentem legitimados por um presidente qualificado de “homofóbico, racista e que faz o culto da ditadura e da violência”.

“De certa forma, ele é compatível com os ideais” desses extremistas, conclui, em entrevista.

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