Charge: Aroeira |
Não será nenhuma surpresa se Sérgio Moro surgir, nas próximas pesquisas, com mais de 10% das intenções de voto, talvez algo a mais, até.
Mas este movimento depende de que Bolsonaro baixe à casa dos 20%.
Como na experiência dos vasos comunicantes, um baixa e o outro sobe, e tendem a nivelar-se.
Está evidente que a mídia está testando, com alguma prudência, a viabilidade eleitoral do ex-juiz, da qual não tem muita certeza.
O ex-juiz, por enquanto, fala sozinho e não é confrontado com os escândalos que emergiram da Lava Jato.
Se Moro não tiver um crescimento rápido será abandonado, mas não é este o quadro mais provável, porque esta exposição inicial lhe dará algo.
Quase certo é que Ciro Gomes sofrerá o baque da entrada de Moro no páreo, roubando-lhe a parte de seus votos motivada pelo antipetismo e pelos ataques furiosos a Lula.
O resto - Luiz Mandetta, Rodrigo Pacheco, Alessandro Vieira e outros – vai se exaurindo ou, por razões locais, pretende ser candidato de 1%. Dória e Eduardo Leite, a ver como se saem nas prévias de domingo, com a provável vitória do primeiro e, na prática, a derrota política de ambos.
Bolsonaro, como era esperado, venceu o truco com Waldemar Costa Neto e, enquanto for presidente, terá um partido, o PL, a seu serviço, como terá formalmente o PP e outras pequenas legendas. Na prática (e no Nordeste), nem tanto.
Se conseguir manter com poucas perdas o seu minguante capital de fanatismo, ganha estruturas para a campanha e, sobretudo, evita que elas se bandeiem abertamente para seus adversários.
Chegando com mais de 20% a janeiro/fevereiro, a tendência é que não perca mais a condição de candidato da direita.
Moro, por enquanto, tem um ganho de largada, mas nem de longe suficiente para confrontar Bolsonaro.
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