sábado, 13 de novembro de 2021

Steve Bannon recebe ordem de prisão nos EUA

Charge: Marilena Nardi
Por Altamiro Borges

O extremista de direita Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump e mentor de Eduardo Bolsonaro, foi formalmente denunciado por duas acusações de desacato nesta sexta-feira (12). Ele se recusou a depor no Congresso dos EUA sobre a sua participação no ato terrorista contra o Capitólio em 6 janeiro. Segundo a mídia ianque, a ordem de prisão já foi emitida.

O Departamento de Justiça do governo ianque comunicou a decisão contra o fascistoide, acusando-o de não comparecer para depor em uma comissão especial que investiga os ataques e de se recusar a fornecer documentos em resposta a uma intimação oficial. A rede CNN informou que um mandado de prisão já foi emitido por um juiz nesta sexta-feira.

Em outubro passado, a Câmara dos Deputados dos EUA já havia aprovado uma resolução contra Steve Bannon – por 229 votos a favor (nove deles de republicanos) e 202 contra – pedindo que o Departamento de Justiça tomasse providência contra o ex-consultor do presidente fascista. Ele foi acusado de espalhar fake news e incentivar o ato terrorista.

Ação terrorista resultou em cinco mortes

A comissão especial de investigação concluiu que Steve Bannon teve “conhecimento prévio dos acontecimentos extremos que aconteceram” em 6 de janeiro, quando Donald Trump incentivou uma insurreição no dia em que o Congresso dos EUA ratificaria a vitória eleitoral do agora presidente Joe Biden. O protesto logo virou uma tentativa de golpe.

Como lembra o site Deutsche Welle, “a turba de apoiadores do republicano acabou invadindo e depredando o Capitólio, interrompendo o processo que oficializava a vitória de Biden na eleição – e a derrota de Trump. Cinco pessoas morreram no episódio”. Há vários indícios que Steve Bannon orquestrou o ataque, entre eles as declarações que deu em seu podcast na véspera do invasão.

“Será que o caos se vai instalar amanhã? Muitas pessoas me disseram: ‘Se houvesse uma revolução, seria em Washington’. Bem, este vai ser o momento de vocês na história”, disse o terrorista aos seus fanáticos seguidores. Todo metido a valentão, Steve Bannon se acovardou nos últimos tempos, fugiu do Congresso e sumiu dos holofotes. Ele se recusa a esclarecer os fatos e a entregar documentos relacionados ao episódio.

As relações do terrorista com o clã Bolsonaro

Ainda segundo o perfil traçado pelo site DW, “em 2016, Steve Bannon foi apontado como um dos estrategistas-chave da avalanche de boatos e mentiras que turbinaram a bem-sucedida campanha de Trump, fomentando rancor de setores do eleitorado conservador em questões como imigração”. O site inclusive cita as relações do terrorista ianque com o clã Bolsonaro no Brasil.

“Bannon, ex-executivo dos setores bancário e de mídia que já comandou o site de ultradireita Breitbart News, também mantém laços estreitos com a família Bolsonaro, especialmente com o deputado de extrema direita Eduardo Bolsonaro, que costuma elogiar o americano. Bannon já prestou várias consultorias informais ao clã brasileiro e anunciou apoio a Jair Bolsonaro antes do segundo turno das eleições de 2018”.

“Ele ainda criou um projeto internacional chamado ‘O Movimento’, para aproximar líderes populistas de direita e extremistas pelo mundo. O deputado Eduardo Bolsonaro é o representante do grupo no Brasil. Ele ainda mantém relações com o ideólogo ultraconservador Olavo de Carvalho, que exerce influência sobre os filhos do presidente Jair Bolsonaro”.

Roubo e fiança de 5 milhões de dólares

Em agosto do ano passado, o mentor da famiglia Bolsonaro e ex-assessor de Trump chegou a ser preso sob a acusação de desviar dinheiro de uma campanha de apoio à construção de um muro entre os EUA e o México – que havia sido uma das promessas da campanha do republicano em 2016. Ele só foi solto após pagar uma fiança de US$ 5 milhões.

Em novembro do mesmo ano, o negacionista ainda teve a sua conta no Twitter excluída por “glorificação da violência” ao postar que Anthony Fauci – principal especialista em doenças infecciosas dos EUA e referência no combate à Covid-19 – e o diretor do FBI Christopher Wray deveriam ser “decapitados”.

Caso sua prisão seja confirmada nos próximos dias, não fará nenhum mal à democracia e à humanidade!

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