sexta-feira, 14 de maio de 2021
Pazuello calado é pior opção para o Exército
Por Fernando Brito, em seu blog:
Continua, revela a Folha, o movimento para que o general Eduardo Pazuello peça ao Supremo Tribunal Federal que lhe reconheça o direito de permanecer calado diante da CPI da Covid.
Mesmo que consiga um habeas corpus para que possa fazer isso sem que incorra nas penas do artigo 342 do Código Penal (calar a verdade como testemunha), a estratégia é desastrosa por um mero e simples motivo: terá de ouvir calado todas as acusações, críticas e suspeitas, colocando a si e à sua condição de general em posição absurdamente humilhante.
Não dá para girar nos calcanhares e dar as costas a acusadores e detratores.
O depoimento de daqui a pouco será importante, porque se vai conhecer o que havia de interesse do governo brasileiro em comprar vacinas de quem as tivesse.
Continua, revela a Folha, o movimento para que o general Eduardo Pazuello peça ao Supremo Tribunal Federal que lhe reconheça o direito de permanecer calado diante da CPI da Covid.
Mesmo que consiga um habeas corpus para que possa fazer isso sem que incorra nas penas do artigo 342 do Código Penal (calar a verdade como testemunha), a estratégia é desastrosa por um mero e simples motivo: terá de ouvir calado todas as acusações, críticas e suspeitas, colocando a si e à sua condição de general em posição absurdamente humilhante.
Não dá para girar nos calcanhares e dar as costas a acusadores e detratores.
O depoimento de daqui a pouco será importante, porque se vai conhecer o que havia de interesse do governo brasileiro em comprar vacinas de quem as tivesse.
Resta a Bolsonaro gerar tensões
Por Luis F. Miguel, no Diário do Centro do Mundo:
A pesquisa Datafolha mostra Lula com um favoritismo além do esperado na corrida presidencial.
A queda do apoio a Bolsonaro é acentuada e ele encontra dificuldade para revertê-la – espremido, como está, entre pressões divergentes.
Precisa acenar com medidas que aliviem a pobreza, mas com isso desagrada seus muitos apoiadores “no mercado”, entusiastas das políticas fundamentalistas de Guedes.
Precisa expressar alguma sensatez que reduza o desgaste pela condução criminosa da crise sanitária, mas tem dificuldade para mudar a chave diante de seus apoiadores fanáticos.
O milagre que ele espera é uma nova intervenção de força, que volte a retirar Lula do páreo. Mas é improvável, porque a coalizão que se formou para fraudar as eleições de 2018 está cindida.
A queda do apoio a Bolsonaro é acentuada e ele encontra dificuldade para revertê-la – espremido, como está, entre pressões divergentes.
Precisa acenar com medidas que aliviem a pobreza, mas com isso desagrada seus muitos apoiadores “no mercado”, entusiastas das políticas fundamentalistas de Guedes.
Precisa expressar alguma sensatez que reduza o desgaste pela condução criminosa da crise sanitária, mas tem dificuldade para mudar a chave diante de seus apoiadores fanáticos.
O milagre que ele espera é uma nova intervenção de força, que volte a retirar Lula do páreo. Mas é improvável, porque a coalizão que se formou para fraudar as eleições de 2018 está cindida.
As fragilidades de uma democracia mambembe
Por Roberto Amaral, em seu blog:
Em artigos anteriores, e em outros textos, tenho discutido a singularidade dos golpes de Estado “constitucionais” ou simplesmente “legais”, nos quais o Brasil se especializou. Refiro-me àquelas alterações de poder levadas a cabo sem a condicionante clássica de fratura no império formal do direito dominante. Ao contrário, as alterações desse tipo se concluem “nos termos da lei”, sob a vigilância dos juristas orgânicos do sistema. O gênero golpe de Estado, portanto, não constitui monopólio dos Executivos, nem requer o prévio desfile de tanques, embora jamais conheça o bom êxito quando não dispõe do beneplácito dos fardados. Fora das ruas e dos quartéis, os golpes são gestados e concluídos nos palácios dos poderes civis. Golpes desse gênero se dão pelas mãos do Congresso ou do Judiciário, ou pela conjunção dos dois poderes, de que serve de exemplo a deposição de Dilma Rousseff.
Em artigos anteriores, e em outros textos, tenho discutido a singularidade dos golpes de Estado “constitucionais” ou simplesmente “legais”, nos quais o Brasil se especializou. Refiro-me àquelas alterações de poder levadas a cabo sem a condicionante clássica de fratura no império formal do direito dominante. Ao contrário, as alterações desse tipo se concluem “nos termos da lei”, sob a vigilância dos juristas orgânicos do sistema. O gênero golpe de Estado, portanto, não constitui monopólio dos Executivos, nem requer o prévio desfile de tanques, embora jamais conheça o bom êxito quando não dispõe do beneplácito dos fardados. Fora das ruas e dos quartéis, os golpes são gestados e concluídos nos palácios dos poderes civis. Golpes desse gênero se dão pelas mãos do Congresso ou do Judiciário, ou pela conjunção dos dois poderes, de que serve de exemplo a deposição de Dilma Rousseff.
A bola caiu na poça de água
Por João Guilherme Vargas Netto
Em uma pelada depois da chuva nada é mais irritante que a bola cair na poça de água. O jogo se paralisa, a concentração se dispersa e os jogadores se encrencam entre si.
É o que tem acontecido com a reivindicação do auxílio emergencial de 600 reais para todos os necessitados até o fim da pandemia.
Os deputados e os senadores não se dispõem a votar a MP 1.039 e ampliar o atual auxílio merreca e não se consegue criar um amplo movimento de opinião pública exigindo isso.
Até mesmo as muitas conversas do ex-presidente Lula em Brasília não lograram sensibilizar os parlamentares e a opinião pública.
Quatro principais chuvaradas encharcaram o terreno e criaram a poça que tem paralisado o jogo.
Em uma pelada depois da chuva nada é mais irritante que a bola cair na poça de água. O jogo se paralisa, a concentração se dispersa e os jogadores se encrencam entre si.
É o que tem acontecido com a reivindicação do auxílio emergencial de 600 reais para todos os necessitados até o fim da pandemia.
Os deputados e os senadores não se dispõem a votar a MP 1.039 e ampliar o atual auxílio merreca e não se consegue criar um amplo movimento de opinião pública exigindo isso.
Até mesmo as muitas conversas do ex-presidente Lula em Brasília não lograram sensibilizar os parlamentares e a opinião pública.
Quatro principais chuvaradas encharcaram o terreno e criaram a poça que tem paralisado o jogo.