quinta-feira, 12 de agosto de 2021

A micareta militar abafa alta da inflação

Por Altamiro Borges

Na terça-feira (10) vieram à público novos dados preocupantes sobre a economia. Eles apontam que a inflação acelerou 0,96% em julho e já acumula alta de 8,99% em doze meses. A explosão de preços penaliza principalmente os mais pobres. Há filas em açougue por ossos e milhões de famélicos no país. Enquanto isso, na sua velha tática diversionista, o fascista Jair Bolsonaro promoveu naquela manhã o patético desfile militar em Brasília para intimidar o parlamento na discussão sobre o voto impresso. A palhaçada foi derrotada, mas a fumaça dos tanques serviu para abafar a alta da inflação.

O vexame das Forças Armadas

Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:


O fato mais grave do vexame que foi nesta terça-feira (10) o tal “comboio” militar de tanques e blindados em frente ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal não foi a postura de Bolsonaro, mas o papel a que se prestaram os Comandantes das Forças Armadas que, mesmo diante de tantos alertas, diante de tantas críticas, mantiveram o evento, aceitando, por ação ou omissão, as decisões inaceitáveis do presidente da República.

A justificativa foi a entrega de um convite ao presidente Jair Bolsonaro, para que ele comparecesse a um treinamento das três forças que ocorrerá a partir do dia 16 no entorno de Brasília, em Formosa, Goiás.

A Rota da Boa Esperança

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

O artigo anterior desta coluna tratou do que chamei de “destino planetário do Brasil”. Extravagante, mas fez sucesso. Vale a pena, talvez, insistir no tema. O brasileiro está precisando de alento. O artigo foi meio delirante, eu sei. É o que tende mesmo a acontecer – quando alguém sonha sozinho, o sonho pode degenerar em delírio. Mas quando muitos sonham juntos, ah, aí o delírio pode virar realidade. E, convenhamos, o nosso futuro está logo ali.

O leitor quer um exemplo de como o Brasil pode cumprir seu destino planetário? Vou recorrer a uma ideia do Saturnino Braga, um daqueles brasileiros que sabem pensar grande e que, em meio à tormenta, não perdeu a confiança no Brasil. Ognuno sa navigare col buon vento, dizem os italianos. O desafio é vencer tempestades.

Crise de Estado e crise da hegemonia fascista

Por Tarso Genro, no site A terra é redonda:


Se a estratégia do golpe vencer, este não distinguirá liberais, comunistas, católicos ou protestantes, social democratas de esquerda e de direita, de centristas democráticos

A crise de Estado em curso poderá ser superada dentro da ordem, mas ela deixará sequelas irremovíveis no futuro democrático do país se uma saída não for construída a tempo. Está em curso, também, uma crise da hegemonia fascista sobre as políticas de Estado, que abrem perspectivas de luta e redenção democrática, que demandam talento e organização para a meia-volta da ditadura.

Bolsonaro do Brasil segue o roteiro de Trump

Por Ishaan Tharoor, no site Carta Maior:


Pelos últimos 50 anos, as comparações se escrevem sozinhas. O presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o ex-presidente Donald Trump foram farinhas do mesmo saco ultranacionalista. Ambos chegaram ao poder em uma onda de raiva anti-establishment. Ambos exultavam em suas reputações de dissidentes bocudos e politicamente incorretos. Ambos exploraram a guerra cultural da direita, enquanto adotavam políticas que ajudaram a impulsionar um punhado de elites ricas e erodir esforços internacionais sobre a mudança climática. Ambos se atrapalharam enquanto a pandemia do coronavírus ceifava centenas de milhares de vidas em seus países.

Pulso firme, tato delicado

Por João Guilherme Vargas Netto


Retomo esta expressão do Libertador Simon Bolívar para advertir as direções sindicais (principalmente aquelas diretamente relacionadas no dia-a-dia com as bases do movimento) sobre suas dificuldades, preocupações e necessidades.

A conjuntura econômica e social é muito desfavorável e a resistência torna-se uma tarefa complexa que exige unidade, inteligência, empenho e proximidade com os trabalhadores.

Os números da economia que se recupera seguindo a letra K, ou seja, com ganhadores em cima e perdedores embaixo, não mexem na curva do desemprego e do desalento que continuam altos e são o primeiro obstáculo à ação sindical.

Bolsonaro ainda ameaça a democracia

Editorial do site Vermelho:

O processo de derretimento do governo Jair Bolsonaro ganhou capítulos emblemáticos nos últimos dias, a ponto de culminar, nesta quarta-feira (11), com a notícia de que a CPI da Covid-19 vai sugerir o indiciamento do presidente por “charlatanismo”, “curandeirismo” e “propaganda enganosa”. Embora possa parecer o desfecho natural para um governante eleito no rastro de uma campanha de fake news e desinformação, a decisão da Comissão Parlamentar de Inquérito deve fragilizar ainda mais um governo já em crise crônica.