Charge: Lézio Júnior |
Sempre acompanhei com espanto certas análises de gente respeitável intelectualmente apontando méritos na estratégia de Bolsonaro de falar apenas para sua legião de seguidores fanáticos.
Essa turba de apoiadores, composta por estúpidos de todos os calibres, orgulhosos e incuráveis analfabetos políticos, fundamentalistas neopentecostais e gente de ideologia abertamente fascista já deu seguidas demonstrações de que está com Bolsonaro faça chuva, faça sol.
O problema para o capitão é que esse contingente da população e do eleitorado não ultrapassa 20%, no máximo 25%, dos brasileiros e brasileiras, percentual claramente insuficiente para se vencer uma eleição presidencial em dois turnos.
Se fosse candidato a deputado, cargo eletivo proporcional e não majoritário, Bolsonaro seria campeão de votos. Também se concorresse ao Senado, especialmente por um estado do Sul ou do Centro-Oeste, suas chances de se eleger seriam grandes, mesmo com uma só vaga em disputa.
Bolsonaro chegaria em 2022 com outra musculatura político-eleitoral se ao longo de seu mandato, furasse a bolha da extrema-direita e mirasse a direita e o centro com discursos, ações e políticas de governo.
Mas agora é tarde. O fosso que cavou é de uma profundidade tamanha que impede sua saída. Desde os primeiros meses de Bolsonaro na presidência, as pesquisas vêm atestando que ele é o presidente mais mal avaliado de todo o período da redemocratização do país, ostentando índices de ruim e péssimo infinitamente maiores do que de bom e ótimo.
Nada disso impediu o superdimensionamento de sua força por parte de setores do campo progressista, quem sabe impressionados com as manifestações em verde e amarelo dos fascistas.
Esqueciam que, não obstante representar uma parcela amplamente minoritária na sociedade, esse segmento é composto por pessoas fanatizadas, capazes até de se atirar debaixo de um carro se o chefe mandar.
Quanto mais comparecer a atos golpistas e manifestações antidemocráticas.
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