Por Altamiro Borges
Em resposta a um pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo jurou nesta segunda-feira (14) que o vereador planetário Carluxo Bolsonaro, o filhote 02 do “capetão”, não gerou gastos públicos ao participar da comitiva presidencial que foi à Rússia em fevereiro. Ele foi a pé até Moscou? Não usou o avião da FAB? Dormiu na rua? E o cartão corporativo do paizão?
O governo afirmou ainda que não há nenhum ato de Jair Bolsonaro relacionado à viagem que deva ser investigado, sendo que “todas as manifestações e atitudes do presidente da República se pautaram em critérios éticos e legais regulares”. Haja cinismo e falta de transparência dos fascistas que ocupam o Palácio do Planalto!
Resposta oficial não convence ninguém
Como ironizou uma reportagem da TV Globo, a resposta oficial não convenceu ninguém. “Nos documentos, o governo federal não esclarece como foram pagas as despesas de transporte, hospedagem e consumo de Carlos Bolsonaro enquanto ele integrava a comitiva. O material também não informa a agenda de compromissos de Carlos, que havia sido pedida pelo Supremo”.
As informações foram prestadas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que atendeu ao pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar a presença do vereador e do assessor especial Tercio Arnaud, dois integrantes do chamado “gabinete do ódio”, na comitiva que visitou a Rússia entre os dias 14 e 16 de fevereiro.
Na semana passada, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro também negou que tenha custeado a ida de Carlos Bolsonaro à Rússia e Hungria. O vereador planetário negou qualquer despesa do legislativo local e informou que pediu anuência das Comissões de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática e Turismo para representar os colegiados na viagem.
Custo de R$ 1,2 milhão para os cofres públicos
A viagem do presidente, do seu filhote mimado e de uma comitiva com 71 integrantes segue envolta em mistérios. O que se sabe até agora é que ela custou aos cofres públicos ao menos US$ 250 mil – cerca de R$ 1,2 milhão –, segundo as planilhas do Ministério das Relações Exteriores obtidas pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
“Os dados não incluem despesas feitas pelo presidente e seu filho vereador... De acordo com um dos artigos da LAI, ficam em segredo as informações que podem ‘colocar em risco a segurança do presidente e vice-presidente da República e respectivos cônjuges e filhos’ por cinco anos ou até o término do segundo mandato presidencial, em caso de reeleição”.
“Para Moscou, foram 71 servidores. Eles gastaram mais de US$ 150 mil (R$ 760 mil), sendo US$ 129 mil (R$ 655 mil) em diárias, como gastos com hotéis e alimentação. Outros US$ 21 mil (R$ 106 mil) foram despendidos em passagens aéreas. Os gastos com manutenção e combustível dos aviões do governo federal não estão computados, mas apenas os bilhetes aéreos em voos comerciais. Muitos não tiveram despesas com avião discriminadas porque estavam em aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira), cujos gastos com combustível são sigilosos”, descreve o site UOL, que complementa:
“No segundo trecho da viagem, para Budapeste, na Hungria, 70 servidores gastaram mais de US$ 98 mil (cerca de R$ 498 mil), sendo quase US$ 82 mil (R$ 416 mil) em diárias, como gastos com hotéis e alimentação, e mais US$ 16 mil (R$ 81 mil) em passagens aéreas. Havia 50 servidores vinculados à Presidência, 12 ao Ministério das Relações Exteriores e 8 militares da FAB”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: