A ex-funcionária fantasma Wal do Açaí volta a assombrar Jair Bolsonaro – que tem insônias constantes, choraminga no banheiro e dorme com uma arma ao lado da cama. Na semana passada, o Ministério Público Federal apresentou à Justiça uma ação de improbidade administrativa contra o presidente e a “laranja” Walderice Santos da Conceição.
Colérico, o “capetão” reagiu em sua live semanal. “Por que não investiga todo mundo? Só para cima de mim? Se bem que isso é um tiro n'água, dá até vergonha o MP investigar isso aí. Pega mal para o Ministério Público fazer isso aqui”. Puro jogo de cena! Ele sabe que conta com o seu bajulador Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Violou o decoro parlamentar"
Na ação, além do pedido de condenação por improbidade, o Ministério Público Federal solicita o ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados pelo ex-deputado federal e sua fantasminha. Para o MPF, Jair Bolsonaro tinha conhecimento das irregularidades e sabia que Walderice não prestava os serviços correspondentes ao cargo.
“As condutas dos requeridos e, em especial, a do ex-deputado federal e atual presidente da República, desvirtuaram-se demasiadamente do que se espera de um agente público... No exercício de mandato parlamentar, não só traiu a confiança de seus eleitores, como violou o decoro parlamentar, ao desviar verbas públicas destinadas a remunerar o pessoal de apoio ao seu gabinete e à atividade parlamentar", afirma um trecho da ação.
O caso foi distribuído à 6ª Vara Federal do Distrito Federal, que mandou intimar o presidente e a assessora para que apresentem contestação às acusações no prazo de 30 dias. Wal do Açaí mantém forte relação com o “capetão” e sua famiglia. Em 2020, ela tentou se eleger vereadora em Angra dos Reis. Até mudou de nome para Wal Bolsonaro, mas obteve apenas 266 votos e não foi eleita.
Funcionária fantasma por 15 anos
A denúncia da mutreta foi publicada pela Folha em janeiro de 2018. De lá para cá, aos trancos e barrancos, o MP investiga o caso. “O jornal revelou que a ex-assessora trabalhava em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio de Jair Bolsonaro, à época deputado federal, na pequena Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis. Segundo vários moradores ouvidos pela reportagem, Wal também prestava serviços particulares na casa de Bolsonaro. Ainda segundo eles, o marido dela, Edenilson, era caseiro do presidente”, lembra a Folha.
Walderice Santos figurou como secretária parlamentar do gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília desde 2003. Em 2018, quando foi exonerada, ela recebia salário bruto de R$ 1.416,33 (em valores não corrigidos). De acordo com as denúncias sobre o esquema das rachadinhas, a maior parte desse montante ficou com o deputado nestes 15 anos.
A investigação do Ministério Público confirmou que as movimentações financeiras de Wal do Açaí seguiram o padrão de outros funcionários de gabinetes de familiares do presidente no esquema da rachadinha. “A análise das contas bancárias de Walderice revelou uma movimentação atípica, já que 83,77% da remuneração recebida nesse período foi sacada em espécie, sendo que, em alguns anos, esses percentuais de saques superaram 95% dos rendimentos recebidos”, concluiu o parecer.
Agora, em seu depoimento ao MPF, a própria ex-assessora confirmou que nunca esteve em Brasília. O vídeo com a gravação da sua confissão foi obtido pelo jornal O Globo. Os procuradores perguntam: “A senhora tomou posse aqui em Brasília? Como é que foi a posse da senhora?”. Wal do Açaí responde: “Não, não foi em Brasília. Eu nunca fui a Brasília”.
“As condutas dos requeridos e, em especial, a do ex-deputado federal e atual presidente da República, desvirtuaram-se demasiadamente do que se espera de um agente público... No exercício de mandato parlamentar, não só traiu a confiança de seus eleitores, como violou o decoro parlamentar, ao desviar verbas públicas destinadas a remunerar o pessoal de apoio ao seu gabinete e à atividade parlamentar", afirma um trecho da ação.
O caso foi distribuído à 6ª Vara Federal do Distrito Federal, que mandou intimar o presidente e a assessora para que apresentem contestação às acusações no prazo de 30 dias. Wal do Açaí mantém forte relação com o “capetão” e sua famiglia. Em 2020, ela tentou se eleger vereadora em Angra dos Reis. Até mudou de nome para Wal Bolsonaro, mas obteve apenas 266 votos e não foi eleita.
Funcionária fantasma por 15 anos
A denúncia da mutreta foi publicada pela Folha em janeiro de 2018. De lá para cá, aos trancos e barrancos, o MP investiga o caso. “O jornal revelou que a ex-assessora trabalhava em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio de Jair Bolsonaro, à época deputado federal, na pequena Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis. Segundo vários moradores ouvidos pela reportagem, Wal também prestava serviços particulares na casa de Bolsonaro. Ainda segundo eles, o marido dela, Edenilson, era caseiro do presidente”, lembra a Folha.
Walderice Santos figurou como secretária parlamentar do gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília desde 2003. Em 2018, quando foi exonerada, ela recebia salário bruto de R$ 1.416,33 (em valores não corrigidos). De acordo com as denúncias sobre o esquema das rachadinhas, a maior parte desse montante ficou com o deputado nestes 15 anos.
A investigação do Ministério Público confirmou que as movimentações financeiras de Wal do Açaí seguiram o padrão de outros funcionários de gabinetes de familiares do presidente no esquema da rachadinha. “A análise das contas bancárias de Walderice revelou uma movimentação atípica, já que 83,77% da remuneração recebida nesse período foi sacada em espécie, sendo que, em alguns anos, esses percentuais de saques superaram 95% dos rendimentos recebidos”, concluiu o parecer.
Agora, em seu depoimento ao MPF, a própria ex-assessora confirmou que nunca esteve em Brasília. O vídeo com a gravação da sua confissão foi obtido pelo jornal O Globo. Os procuradores perguntam: “A senhora tomou posse aqui em Brasília? Como é que foi a posse da senhora?”. Wal do Açaí responde: “Não, não foi em Brasília. Eu nunca fui a Brasília”.
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