Por João Guilherme Vargas Netto
Se não me engano foi o poeta Capinan que criou a expressão “relativo naufrágio” usada por mim para o balanço sintético das manifestações sindicais do 1º de Maio. Tudo porque, a começar pelo maior dos atos, o da Praça Charles Miller, em São Paulo, predominou a intenção político-partidária e a pauta aprovada na Conclat foi menosprezada.
Vigorou a imagem bipolar de duas séries de manifestações, com as nossas e as dos aliados do presidente Bolsonaro disputando imagens e públicos escassos – em ambas, as preocupações imediatas do povo foram esquecidas.
Como pontos altos das iniciativas sindicais o que destaco é o artigo do companheiro Miguel Torres, no Globo do sábado, a nota coletiva das direções sindicais na Folha de domingo e no mesmo jornal e data a excelente entrevista do companheiro João Carlos Gonçalves, o Juruna, respondendo às inteligentes perguntas da jornalista Joana Cunha.
E como comecei com o poeta sigo com ele que permanece “atento às perseguições do porto”.
E o porto que persigo, passadas as refregas do 1º de Maio, é a compreensão pelos dirigentes sindicais da necessidade de ações imediatas em defesa dos trabalhadores e contra a carestia – fazendo viva a pauta da Conclat.
Uma descrição da iniciativa que julgo exemplar nas palavras do jornalista João Franzin: “treze sindicatos, quatro centrais sindicais, três associações de moradores, aposentados, juventude, duas de mulheres, com um público de 340 ou mais pessoas”.
Relatava a manifestação que aconteceu em Guarulhos na sexta-feira, dia 29, contra a carestia, organizada pelo sindicato dos metalúrgicos e que, espero, seja o primeiro passo de uma caminhada que nos conduzirá pelo caminho da presença sindical relevante ao enfrentar os problemas reais dos trabalhadores e propor soluções que alimentem a esperança de dias melhores.
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