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Medir, sempre, é comparar.
É por isso que os brasileiros apontam, apesar da inclemente campanha de mídia contra a sua honra pessoal – que não parou e ainda se soma ao fato de que nossa elite não admite, em hipótese alguma, que alguém que venha do povão possa governar o país – um favoritismo crescente a sua candidatura presidencial: sabe o quanto – e ainda que menos do que é necessário – a vida real melhorou com o petista no governo.
Não cabe a Lula, portanto, “polarização” das eleições, mas à política de terra social arrasada que o conservadorismo brasileiro se entregou depois da derrubada da série de governos petistas que se iniciou em 2003.
Teve tudo o que precisava: ampla maioria parlamentar, apoio da mídia e do empresariado, instituições dóceis para com eles e ferozes com os então vencidos, ao ponto de encarcerar, com processos tão histéricos quanto frágeis, alguém que foi e ainda é considerado o melhor presidente que o país já teve.
Mas, ainda assim, precisou apelar para um selvagem tosco e violento para conseguir ganhar a eleição.
Agora, nem com ele e com a estarrecedora transformação da religião em partido político isso parece ser possível repetir.
Há mais de um ano, com a tal Terceira Via, buscaram uma alternativa e todos os caldos que saíram de seus caldeirões de feitiçaria naufragaram.
Já quase não cabem nos dedos de uma mão os que se dissolveram por artificiais: Luciano Huck, Luiz Mandetta, João Amoedo, Alessandro Vieira. Rodrigo Pacheco, Sérgio Moro, Eduardo Leite e João Doria (obrigado pela lista, Bernardo Mello Franco).
Simone Tebet e Ciro Gomes restaram para fazer o papel de “fechar fila”, ao lado do desconhecido André Janones, sem nenhuma perspectiva plausível de virem a sair desta condição.
Bolsonaro engolfou a direita inapelavelmente mas, ao fazê-lo, também deixou-a incapaz de ir além de seu próprio tamanho, perto de um terço do eleitorado.
Lula, ao contrário, ampliou-se e atinge o teto de intenções de voto em todas as suas candidaturas (48%) e um nível de rejeição (33%) comparável ao que tinha em 2002, em sua primeira eleição, quando tinha 31%.
Não se espante se ele caminhar para uma vantagem ainda maior de agora por diante.
É o processo social agindo, como dizia Leonel Brizola, na formação de uma consciência coletiva.
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