sexta-feira, 3 de junho de 2022

A força sindical dos metalúrgicos

Foto: SMC
Por João Guilherme Vargas Netto


No auge do prestígio sindical dos trabalhadores ingleses quando se decretava uma greve econômica os dirigentes pregavam na parede do sindicato uma tabela ou um gráfico em que se assinalava o que se vinha perdendo, o que se reivindicava, o que se perdia durante a greve e o resultado em caso de vitória. O quadro demonstrava, a cada momento, as possibilidades e as dificuldades e sintetizava o resultado monetário, ainda que não considerando os ganhos políticos e organizativos da greve.

Foi o que fez o companheiro economista Cid Cordeiro ao analisar para a diretoria do sindicato a greve dos metalúrgicos da Renault, no Paraná. Depois de detalhar cada etapa do novo acordo obtido (em relação ao acordo anterior de 2020) e “precificar” cada situação, Cid demonstrou que todo trabalhador grevista na Renault havia ganho, com a greve de 16 dias, 3,2 salários. É um bom resumo monetário do resultado, acrescido das vitórias sindicais em coesão, prestígio e confirmação de que “quem luta vence”.

Em meu último texto critiquei a incompetência da mídia grande nacional em não cobrir a greve do Paraná. Quero agora destacar o excelente papel desempenhado nela pela comunicação do sindicato que, em tempo real e a toda hora, informava aos trabalhadores e à sociedade o desenrolar da luta, vinculando-a a todo um leque de atividades do sindicato (esportivas, ligadas à saúde, familiares) bem como aos serviços continuadamente prestados pelo sindicato. A comunicação sindical conseguiu, no Paraná, furar a bolha comunicacional do silêncio.

A informação do companheiro Cid, a valorosa comissão sindical e a atitude dos dirigentes (em especial aqueles dirigentes no local de trabalho) confirmam a vitória dos trabalhadores e a força sindical dos metalúrgicos.

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