Charge: Quinho |
O fato de Ciro Gomes e Simone Tebet terem chegado às convenções partidárias sem poderem apresentar os candidatos a vice que comporão suas chapas não mereceria atenção se isso ocorresse por impasse entre forças políticas se acotovelando por espaço junto aos candidatos a presidente.
Não é, mas por não encontrarem pessoas com razoável estatura política e impacto sobre o eleitorado que esteja disposta a embarcar numa campanha de parcos resultados e de, por isso, amarrarem as próprias mãos em entendimentos e acordos políticos pós-eleitorais.
O caso de Ciro é mais evidente. Não confundam os ciromaníacos com as estruturas que dão ainda algum suporte à candidatura do ex-governador do Ceará que, ontem, na Globonews, explicitou sua recusa absoluta em, mesmo que fosse num segundo turno, apoiar Lula contra Bolsonaro: “Comigo, o Lula não conta nunca mais”.
Não ganha um voto por isto, é claro, e visa apenas alimentar o furor dos fãs, escassos mas barulhentos. Não é assim, porém, dentro do PDT, salvo por alguns bolsões. Que não incluem seu presidente, Carlos Lupi, que é um pragmático, antes de tudo.
Tebet já tem uma alternativa à provável recusa de Tasso Jereissati, a senadora Eliziane Gama, que tem mandato até 2026 e, portanto, nada perde em sua carreira política. Mas que, igual, nada agrega à campanha, por mais que se diga que uma “chapa de mulheres” pudesse ser um atrativo para o eleitorado feminino que, é claro, sabe que a eleição presidencial não é uma disputa sexista.
A candidata do PMDB, que já tem dois meses como única sobrevivente da Terceira Via boa de mídia mas ruim de voto, não conseguiu sair do chão nas pesquisas e, até o momento, nada indica que o fará.
O Datafolha de hoje será a última possibilidade de sobrevida de suas campanhas. Um mau resultado piora o que já é ruim: o isolamento político em que se encontra: o de Ciro, por não crescer sobre o eleitor de Lula; o de Tebet, por ser uma candidata que “resolve” com um mezzomossarela, mezzo calabresa o problema da pizza de um MDB que se divide entre Lula e Bolsonaro.
Quem não consegue vice, consegue eleitor?
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