quinta-feira, 14 de julho de 2022

Memória e história da luta operária

Por João Guilherme Vargas Netto


A luta secular dos trabalhadores tem seus heróis, os combatentes, os ativistas, os sacrificados, os mortos, que não podem ser esquecidos e devem ser guardados pela memória na história.

Aqui em São Paulo o Dia da Luta Operária, comemorado no 9 de julho, tem este papel.

Foi instituído pela lei municipal 16.634, de 2017, de autoria do vereador Antonio Donato (PT), cem anos depois da greve geral de 1917, quando foi martirizado o operário anarquista José Martinez, fuzilado e morto. A repressão selvagem não poupou uma centena de grevistas, homenageados todos na memória do ativista sindical.

A escolha da data é também um contraponto às comemorações da intentona separatista de 1932, ícone da burguesia paulista e paulistana.

Reverencio dois grandes motivadores das comemorações, José Luiz Del Roio e Carolina Maria Ruy, incansáveis, sem esquecer todos os outros, abnegados.

A cada ano são homenageados dois lutadores do movimento sindical – um homem e uma mulher – e reverencia-se a memória dos já falecidos.

Este ano os homenageados foram a companheira Clara Ant e eu mesmo e os falecidos José Calixto Ramos e Wagner Gomes, perante suas famílias.

Não pude comparecer à manifestação que aconteceu no Brás, em uma antiga fábrica restaurada e o companheiro Geraldino dos Santos recebeu por mim o busto de José Martinez, troféu que é obra do escultor Enio Squeff e do fundidor Luciano Mendes, além da placa comemorativa.

Confesso-me vaidoso pela homenagem e pretendo continuar vivo e lutando pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, pela relevância do movimento sindical e pela democracia.

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