Por Altamiro Borges
Já prevendo a derrota na disputa presidencial, com o fim do reinado do seu “laranja” Jair Bolsonaro, a cloaca burguesa investe pesado para eleger uma forte bancada de deputados federais. Ela é encarada como decisiva para garantir a aprovação dos seus projetos de classe e até para desestabilizar um novo governo progressista – o golpismo está no DNA dos ricaços. Na sexta-feira (19), o jornal Estadão registrou que “empresários doam R$ 5,8 milhões para candidaturas de direita”.
Sem qualquer destaque, a reportagem traz o primeiro levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dos doadores de campanhas. “Já no início da disputa, grandes empresários aparecem destinando R$ 5,8 milhões principalmente para candidaturas de direita e centro-direita. A maior doação, até agora, é do ex-secretário de desestatização do governo de Jair Bolsonaro e dono da empresa de locação de carros Localiza, Salim Mattar. Ele destinou R$ 2,75 milhões, dos quais a maior parte foi direcionada aos candidatos do partido Novo”.
Os beneficiários do campo "liberal"
Sete candidatos estão entre os principais beneficiários, com o recebimento de R$ 250 mil cada. “Figuram na lista nomes já conhecidos do campo liberal [sic] como o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o vereador paulistano Fernando Holiday (Novo-SP)”, descreve a generosa matéria. O segundo maior doador, segundo a primeira parcial do TSE, é o empresário Heitor Linden, que destinou R$ 2 milhões a uma única candidatura: a de Roberto Argenta (PSC), que concorre ao governo do Rio Grande do Sul.
“Completa a lista dos maiores doadores o também empresário e agropecuarista Emival Ramos Caiado Filho, que destinou R$ 600 mil para três candidatos do União Brasil. Apesar de ter raízes em Goiás – e ser primo do governador Ronaldo Caiado (UB) –, Emival optou por investir em campanhas de candidatos pernambucanos”. Neste primeiro levantamento, há doações também para candidatos aos governos estaduais e à presidência.
Partido Novo é o preferido da cloaca
Antes dessa matéria, o site Metrópoles já havia noticiado o interesse dos empresários pela eleição de outubro – entrando em contradição com os montantes apresentados pelo Estadão. No final de julho, ele informou que “o Novo permanece com o moral elevado junto ao alto empresariado brasileiro. A boa vontade do PIB já rendeu mais de R$ 5 milhões em doações para as campanhas do partido na eleição de outubro. A maior doação foi de Abílio Diniz, que depositou R$ 1 milhão nas contas do Novo, dividido em duas parcelas”.
Já o empresário Patrice Etlin, sócio da Advent International, doou R$ 222.994,00 em duas parcelas. O partido ainda recebeu R$ 166.666,00 de Paulo Sergio Coutinho Galvão Filho, CEO da GL Holdings e dos conselhos de administração do Grupo Klabin e do Grupo RD (Raia-Drogasil), e R$ 149.659,00 de Luis Stuhlberger, do Fundo Verde. “A lista de doadores ainda conta com Jayme Garfinkel, ex-presidente do conselho de administração da Porto Seguro, que doou R$ 133.334,00 e com Fábio Barbosa, novo CEO da Natura, que desembolsou R$ 58.299,00”.
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