Foto: Ricardo Stuckert |
Se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotar Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno e se eleger presidente em 2 de outubro, boa parte da vitória se deverá aos eleitores do Sudeste. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (15), o ex-presidente lidera a disputa nos quatro estados da região, que responde por 43% do eleitorado brasileiro.
Nas primeiras semanas da campanha eleitoral, a vantagem de Lula para Bolsonaro no Sudeste vinha caindo. Era de 12 pontos percentuais em 18 de agosto, passou a seis em 1º de setembro e chegou a cinco no último dia 9.
Agora, porém, o ex-presidente voltou a se distanciar: ele aparece com 43% das intenções de voto na região, contra 34% do atual presidente – uma dianteira de nove pontos, muito além da margem de erro. Em números absolutos, Lula tem cerca de 5 milhões de votos a mais do que Bolsonaro no Sudeste, considerando-se uma hipotética abstenção de 20% dos eleitores no primeiro turno.
Em duas semanas, Bolsonaro conseguiu melhorar seus números em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País, onde passou de 30% para 33%. No mesmo período, Lula foi de 47% para 43% no estado. A diferença entre os dois caiu de 17 para dez pontos percentuais.
Só que o ex-presidente reverteu essa perda no Rio de Janeiro e, sobretudo, em São Paulo. Entre os eleitores fluminenses, enquanto Bolsonaro estagnou em 36%, Lula oscilou de 42% para 44%. Embora a variação tenha se dado dentro da margem de erro, foi a primeira vez na campanha que o petista cresceu numericamente no estado.
Já em São Paulo, domicílio eleitoral de 34,6 milhões de brasileiros, a vantagem de Lula para Bolsonaro dobrou em 14 dias, passando de cinco para dez pontos percentuais. O ex-presidente cresceu de 40% para 43%, ao passo que Bolsonaro oscilou de 35% para 33%.
A 16 dias das eleições, o desempenho de Lula no Sudeste pode virar o trunfo para a vitória no primeiro turno. Por isso, a coordenação da campanha vai intensificar as agendas do ex-presidente na região. “O principal desafio é manter a dianteira nesses estados, com prioridade de agenda”, declarou à Folha de S.Paulo o deputado federal José Guimarães (CE), um dos coordenadores do comitê de Lula. “É hora de apertar! A militância deve ir para as ruas, esquinas, defender o voto no 13.”
Outro integrante da coordenação da campanha, falando em off para o jornalista Valdo Cruz, da GloboNews, foi ainda mais específico: “A movimentação eleitoral de São Paulo irá definir se haverá ou não segundo turno”. No estado, a campanha de Lula ainda é beneficiada pela boa performance de Fernando Haddad (PT), líder isolado na disputa ao governo paulista.
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