Charge: Dan |
Ao menos uma pergunta paira, como sombra palpável, sobre nós: haverá segundo turno?
Outras, porém, ficam zumbindo de maneira permanente na minha pobre alma.
Não, não me refiro à reação do Tchutchuca do Centrão tanto se for derrotado no primeiro turno como no segundo. Por tudo que ele já deixou claro, haverá de tudo, menos uma reação digna.
A esta altura, ele deve ter chegado à conclusão de que não há espaço nem clima para tentar um golpe. Mas que vai incentivar seus seguidores mais radicalizados a saírem pelas ruas, quanto a isso não me restam dúvidas.
Quais, então, as perguntas zumbidoras?
São basicamente duas.
A primeira delas: o que Jair Messias fará no tempo que restar para ele como presidente, ou seja, nos últimos três ou dois meses do ano, dependendo da derrota ser no primeiro ou no segundo turno?
A resposta é óbvia: fará de tudo para emporcalhar ainda mais a já imunda herança que vai deixar para Lula.
A questão é saber o que ele vai fazer, que decretos vai inventar, o que mais vai cortar do orçamento para o ano que vem, o que mais vai destroçar.
A segunda é, na verdade, dupla: o que ele vai fazer quando for catapultado da poltrona presidencial? O que farão seus seguidores?
Se parece evidente que, derrotado, vai tratar de tumultuar as ruas, principalmente se houver segundo turno, é impossível – ao menos para mim – prever o que ele vai fazer quando deixar a presidência.
Ele tanto pode partir para o exílio para escapar da Justiça como pode tentar, através do que restar de seus asseclas no Congresso, uma espécie de anistia branca e silenciosa.
Com relação aos seus seguidores mais radicais, essa extrema-direita que começou a sair do armário lá pelo fim de 2015 e disparou na campanha de 2018, há quem diga que, na verdade, representam uns 15% da população.
E que os que complementam os trinta e pouco por cento que votarão nele abandonarão o barco e voltarão para seus nichos, isolando-se dos radicais, aqueles que com certeza sairão às ruas.
Há um detalhe especialmente preocupante com relação a esses radicais: boa parte deles – na verdade, a franca maioria – devem estar armados. Resta saber se estarão dispostos a tudo, e como as forças de segurança conseguirão evitar esse “tudo”.
É sempre bom lembrar que nas filas médias e inferiores tanto da Polícia Militar como nas Forças Armadas, em especial o Exército, Jair Messias conta com amplo apoio.
São essas, pois, as perguntas urgentes que zumbem na minha alma e sustentam sombras nos meus olhos.
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