quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Patrões apertam o assédio eleitoral

Charge: Mário/APESJF
Do site da Agência Sindical:

Na manhã de terça (4) chegava mensagem da deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), pelo Twitter. Ela alertava: “A empresa Stara está avisando os fornecedores que demitirá parte de seus funcionários caso Lula ganhe no 2º turno. O dono é um dos principais doadores de Bolsonaro e já foi beneficiado com mais de R$ 2 bi pela sua gestão. Uma mão lava a outra e quem paga é o trabalhador! É crime!”

A parlamentar anexava carta da empresa, assinada por Fabio Augusto Bocasanta, diretor Administrativo e Financeiro - a Stara é S/A - “Indústria de Implementos Agrícolas”.

Logo mais, chegava outra carta, também do RS, no qual a Extrusor Comércio de Máquinas e Equipamentos Ltda. se dirigia a fornecedores no mesmo tom, com os mesmos objetivos.

Vídeo de coação explícita de empregados também passava a circular nas redes.

Crime

A Agência Sindical ouviu o dr. Hélio Stefani Gherardi, 49 anos de advocacia trabalhista neste mês. Ele: “Estamos diante de dois crimes. Um por prática antissindical, que deve ser denunciado ao Ministério Público do Trabalho. Outro de afronta à legislação eleitoral”.

O advogado lembra episódio da empresa Havan, na eleição passada, em que o proprietário bolsonarista reuniu empregados para pregação eleitoral. Ficou famoso também o caso da Riachuelo, protagonizado por seu presidente, outro bolsonarista, Flávio Rocha.

Ante os ilícitos e constrangimento de empregados, o dr. Gherardi considera que são “evidentes as ameaças subliminares de redução de quadro funcional das empresas”. E mais: “A eleição política de maneira alguma pode interferir na relação capital-trabalho”.

Para o advogado, o ambiente eleitoral tem elevado os ataques à classe trabalhadora, “configurando crescente sanha predatória em relação aos direitos dos trabalhadores, já vilipendiados pela reforma trabalhista e também pelas tantas Medidas Provisórias do governo”.

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