quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Uma sangria a ser estancada

Porto Alegre, 19/10/22
Foto: Ricardo Stuckert
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Talvez o maior problema da reta final da campanha seja o avanço da tática de Bolsonaro de apostar na ampliação da rejeição a Lula. A pesquisa do Ipec divulgada na noite desta segunda-feira (17) mostra uma preocupante aproximação dos índices de rejeição entre os dois candidatos: 46% Bolsonaro, 41% Lula. Esse quadro precisa ser revertido com urgência.

Fala hipotética de Lula: “É puro cinismo de Bolsonaro falar de corrupção. Que autoridade moral tem um sujeito como ele para atacar quem quer que seja com um governo enlameado pela roubalheira. É propina para vacina, enquanto o povo chorava seus mortos, assalto ao MEC usando barras de ouro e corrupção desenfreada na Codevasf. Tudo escondido pelo sigilo de 100 anos decretado por ele. Ah, e tem as rachadinhas. Sabe o que é rachadinha? Simples: Bolsonaro e seus filhos enriqueceram metendo a mão no bolso dos funcionários de seus gabinetes. Daí deve ter vindo a grana para comprar 51 imóveis com dinheiro vivo. Ou também do Bolsolão, maior esquema de desvio de dinheiro público da história, conhecido como orçamento secreto. Explica aí, Bolsonaro, para o povo brasileiro, como você construiu o enorme patrimônio que possui com o salário de deputado.”

Eu, e com certeza muitos apoiadores de Lula, estamos esperando em vão desde o primeiro debate que o ex-presidente desfira esse petardo na lata de Bolsonaro. Repare que não há invencionice eleitoreira nesses argumentos, pois todos foram largamente noticiados pelos veículos de comunicação da mídia comercial.

Não consigo entender porque Lula não o faz. Um gênio em entrevistas, palestras e comícios para centenas de milhares e reconhecido como um craque da comunicação política, Lula não tem reagido com a contundência e a assertividade necessárias às investidas infames de Bolsonaro acusando Lula e o PT de corrupção.

Lembro que nas condições mais adversas, Lula deixava a prisão de Curitiba para as audiências com Moro e os procuradores da Lava Jato e brilhava intensamente, dizendo-lhes todas as verdades e até humilhando Moro, tal era sua superioridade intelectual.

Venceremos.

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