Charge: Jefferson Portela |
As cenas são de tal maneira grotescas e ridículas que não chegam sequer a ser preocupantes.
Em Nova York, seguidores de Jair Messias rodeiam e ofendem ministros do Supremo Tribunal Federal.
Comedido, Luis Roberto Barroso se dirige a uma histeriqueta e diz que ela estava sendo “grosseira”. Ora, grosseria é pouco: ela estava sendo o que é, demiolada e abjeta.
Mais decidido, Alexandre de Moraes encarou um bolsonarista dentro de um restaurante, e o fulano – seguindo à risca a covardia de seu ídolo – se esfumou.
Acontece que se as cenas de Nova York não são preocupantes, as daqui sim, são, e muito.
Domingo agora, por exemplo, aqui no Frio – vale recordar que foi dia de ENEM – um robusto bando de motociclistas tratou de bloquear o trânsito dentro do túnel Rebouças, que liga a zona sul à zona norte.
Em portas de quartéis e instalações militares outros bandos de bolsonaristas continuam em plantão, sem que nada seja feito para espantá-los. Se fossem militantes do MST ou de algum movimento de sem-tetos ficariam lá gritando palavras de ordem e ninguém os varreria?
Sim, são poucos, são ínfima minoria, mas se mobilizam e atuam de maneira furiosa.
Jair Messias continua enfurnado na residência presidencial em silêncio sepulcral.
O que estará tramando, além de buscar a maneira de escapar, junto com a filharada, da Justiça?
Seu partido, que de Liberal só tem o nome: é um bando de falcatruas ambulantes, ofereceu a ele (que, convém recordar, sai da poltrona presidencial acumulando aposentadoria de deputado e de capitão, num total de 42 mil reais por mês...) casa, escritório, salário.
E também para dona Michelle, ao menos enquanto ela continuar casada com o Genocida.
Ao mesmo tempo começam a surgir os primeiros rumores sobre quem será o nome da direita que se apresentará, daqui a quatro anos, para suceder Lula na presidência.
Jair Messias, é claro, está de olho no assunto. Mas as insinuações de que a direita buscará alguém minimamente equilibrado indicam que Tarcísio de Freitas poderá ser o nome da tal “terceira via”.
Seja qual for o futuro de Jair Messias, uma coisa é certa: o bolsonarismo sobreviveu à derrota e sobreviverá por um longo tempo, espalhando ódio e rancor por tudo que é canto deste país e também lá fora. Os bolsonaristas não se pejam de ofender magistrados em Nova York, muito menos de pedir intervenção militar aqui dentro.
Que ninguém se engane: são uma herança asquerosa, por certo. Mas também perigosa. E muito.
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