segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Fascismo e massacres ao final das eleições

Imagem: Geledés
Por Pedro Carrano, no jornal Brasil de Fato:

No centro de Curitiba, em plena Semana da Consciência Negra, um homem branco armado com faca, cassetete e cão de guarda, espancou covardemente um homem negro que caminhava no centro de Curitiba. O criminoso ordenou que o cão mordesse a vítima, o músico Odivaldo Carlos da Silva, conhecido como Neno.

De acordo com as informações nas redes sociais da vereadora Carol Dartora, enquanto atacava o músico, o criminoso, identificado pela polícia como Paulo Cezar Bezerra da Silva, demonstrava o comportamento de um neonazista: "É morador de rua, tem que apanhar".

Tais ações como essa, infelizmente, aconteceram anteriormente na capital paranaense e agora se somam a um contexto nacional. Casos recentes têm acontecido, em todo o país, de ataques com armas, ataques fascistas, racistas e de ódio ao final da derrota eleitoral do neofascismo.

Nessa semana ainda se viu o assassinato de quatro professores e uma aluna em Aracruz (ES) por um jovem de 16 anos, branco, que cultuava simbologia nazista. E, junto a isso, na noite do dia 23, duas pessoas armadas ameaçaram o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin quando ele chegava ao hotel em Brasília.

Já no dia 26, Fabiano Leitão, conhecido nas redes sociais como TromPETISTA, fez uma denúncia por meio das redes sociais, de ameaça com arma que teria sofrido no trânsito, em Brasília, devido aos adesivos do PT em seu carro.

Massacre em Aracruz (ES)

Nessa semana, faleceu a professora Flávia Amboss Merçom, militante do MAB e da Consulta Popular, vítima do massacre ocorrido na cidade de Aracruz, quando um jovem branco de 16 anos matou até o momento quatro pessoas e feriu gravemente várias outras.

Entre o começo da campanha, em 16 de agosto, e o fim do primeiro turno, no dia 2 de outubro, ocorreram ao menos 148 casos de violência eleitoral, mostrou levantamento realizado pela Agência Pública – numa média de 3 ataques por dia contra eleitores, candidatos, jornalistas e trabalhadores de institutos de pesquisa.

A agência levantou que seis pessoas foram assassinadas por motivos políticos durante a campanha, que teve também outros nove atentados ou tentativas de assassinato – o dado exclui a morte do petista e sindicalista Marcelo Arruda, no Paraná, por ter ocorrido antes de 16 agosto.

Dos 148 casos mapeados, 25 envolveram armas de fogo (17% do total) e 4 ataques foram feitos com facas ou objetos cortantes, sendo que três das pessoas assassinadas foram esfaqueadas.

Como se vê, o legado de Bolsonaro e do movimento neofascista segue vivo e intimidatório na sociedade. Provido de base de massas, diversa, que se apropria desde técnicas de mobilização até o uso de armas.

É fundamental que movimentos populares, organizações e o futuro governo pressionem por punição a esses crimes e retirada do legado neofascista no interior do Estado e na sociedade.

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