Por João Guilherme Vargas Netto
Como na mitologia grega o herói derrotou o mito ao rasgar-lhe o véu de legitimidade que o encobria. Esta legitimidade conferida a ele pelas urnas de 2018 foi-lhe retirada pela derrota de 2022.
A partir de agora o mito deixa de ser um mito e passa a ser um mico, o mico preto do baralho das crianças que incomoda a quem o tem nas mãos.
Foi o que constatamos com o comportamento de Bolsonaro incapaz de dar o golpe e dúbio em relação ao desvario dos seus apoiadores golpistas.
Para o movimento sindical e suas direções cabe “passar os seus assuntos correntes”, vitorioso em relação ao que seriam os próximos quatro anos com Bolsonaro reeleito.
Mas há dois meses a serem vencidos na transição e com o Congresso atual, em que a tarefa prioritária é a de garantir para Lula, eleito presidente, as condições de começar a cumprir em 1º de janeiro de 2023 as promessas que fez de aumento real do salário mínimo, de manutenção dos R$ 600 de auxílio, de combate à fome e de ampliação do novo governo.
Para o movimento sindical que apoia os passos corretos e efetivos na transição cabe a tarefa de recompor a unidade de ação nas suas bases retomando as iniciativas condizentes com esse objetivo.
Embora as especulações, quaisquer delas, sejam atraentes e excitantes é hora de agir com firmeza para restabelecer a paz na sociedade e avançar em direção à pauta da Conclat-2022 que pressupõe, nos assuntos trabalhistas, um encaminhamento tripartite que aproxime trabalhadores, empresários e o novo governo e seja uma das garantias da ação democrática do movimento sindical, de interesses e direitos dos trabalhadores.
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