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Só mesmo depois da derrota eleitoral do fascista Jair Bolsonaro e do seu próprio fracasso nas urnas, o racista Sérgio Camargo, ex-presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), sofrerá uma punição da sempre omissa Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República. O órgão, que nunca teve qualquer autonomia no covil bolsonarista, finalmente anunciou que o pegajoso bolsonarista sofrerá uma “censura” pública por “descumprimento das normas dos códigos de ética” do governo federal.
Segundo postagem do site Metrópoles nesta quinta-feira (10), Sérgio Camargo foi punido pela “prática de assédio moral decorrente de perseguição ideológica a trabalhadores da FCP. O processo também apurou a suposta ‘negação à existência do racismo, à importância da luta do povo negro pela sua liberdade e à importância do movimento negro, por meio de manifestação em redes sociais’”. Ele ainda foi acusado por “discriminação às religiões e lideranças religiosas de matriz africana”.
Sem imunidade e com muitos processos
Sempre provocador e agressivo, o fascista reagiu à decisão da CEP por meio de suas redes sociais. Ele tuitou que é alvo de “perseguição política” e que “a censura ética é por supostos ataques à militância vitimista no meu Twitter”. Metido a valentão, o ex-presidente da Fundação Palmares também fez questão de afirmar que “mantém tudo o que postou, sem recuar de absolutamente nada”.
O problema para ele, porém, é que agora não tem mais a proteção do cargo público – ele deixou a FCP em março de 2022 para disputar uma vaga de deputado federal pelo Partido Liberal (PL). Como não se elegeu, ele também não terá imunidade parlamentar. Há vários processos em curso contra o racista.
Pedro Guimarães e Filipe Martins
Além de punir Sérgio Camargo, a CEP abriu inquérito contra outros dois bolsonaristas raivosos. Como informa a Folha, “o colegiado instaurou processos para apurar as condutas do ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e do assessor internacional do Planalto, Filipe Martins... As decisões da Comissão de Ética ocorrem após a derrota de Bolsonaro para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.
Conforme lembra o jornal, o ex-dirigente da Caixa foi exonerado após vários relatos de assédio sexual e moral de funcionárias apresentados em julho de 2022. “As denúncias apontaram, entre outras ações, toques indesejados e convites inapropriados em eventos, gabinetes, garagem e dentro de carro oficial do banco... Os casos foram parar na Justiça e custaram a Pedro Guimarães o seu cargo, além de prejudicar a campanha de reeleição de Bolsonaro... O executivo era próximo de Bolsonaro e chegou a ser citado como um possível candidato a vice na chapa do mandatário”.
Já no caso de Filipe Martins, a Comissão de Ética determinou “a abertura de apuração por suposto gesto racista feito por ele no Senado em maio de 2021. Ele chegou a ser denunciado pela Procuradoria da República no Distrito Federal pelo crime de racismo, mas foi absolvido pela 12ª Vara Federal de Brasília – o juiz responsável não viu elementos suficientes para comprovar a acusação. Olavista [seguidor do falecido filósofo de orifícios Olavo de Carvalho], o assessor é próximo à família Bolsonaro e pertence à ala mais ideológica do governo".
"Ele não foi exonerado após o episódio, mas se afastou de agendas públicas. Neste ano, ele atuou com maior presença na campanha de reeleição do chefe do Executivo. Também esteve presente no primeiro pronunciamento de Bolsonaro após a derrota, 45 horas depois da divulgação do resultado”.
Que comece a faxina dos detritos deixados por esse governo. Que a justiça seja feita com a devida punição exemplar.
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