Djokovic virou símbolo da cruzada antivacina

Charge: Ramón Díaz Yanes
Por Cezar Xavier, no site Vermelho:


Ler a autobiografia do tenista sérvio Novak Djokovic, Serve To Win (Servir para Vencer), assombra pelo modo como ele se revela vulnerável a todo tipo de charlatanismo e propaganda contra a ciência. Não se trata de apenas mais um esportista desconfiado com a vacinação ou vítima do discurso negacionista de tantos políticos idiotas da extrema direita.

Sua biografia não se contenta em apenas relatar sua história vitoriosa em meio a um país envolvido em muito sofrimento de guerra. O livro peculiar está cheio de entusiasmo ingênuo com o caldo interminável de terapias e conselhos pseudo e anticientíficos da nova era, com títulos de capítulos como “Como abrir minha mente mudou meu corpo”. Ele entra na seara da “mudança do pensamento a respeito de si mesmo” para se tornar o sucesso que é, hoje.

Campanha de Bolsonaro não terá coordenação

Charge: Olivier Ploux
Por Fernando Brito, em seu blog:


O Globo e a Folha especulam, hoje, sobre a formação de uma coordenação de campanha de Jair Bolsonaro: “Bolsonaro cria comitê de campanha, com Flávio na liderança’, diz o jornal dos Marinho; “Núcleo de campanha de Bolsonaro tem Flávio como 01 e mira estrutura profissional“, afirma o dos Frias.

Não creio que haverá algum “núcleo” ou “comitê” que, como poder decisório ou mesmo bússola de orientação seja composto por ninguém a não ser o próprio Jair e os três filhos.

Achar que Ciro Nogueira, o general do Centrão, ou Valdemar da Costa Neto, o dono do partido que hospeda o presidente vão coordenar ou lá o que seja a campanha bolsonarista é sofrer de uma ilusão que, depois de todos estes anos, dá a quem a tiver o título de tolo.

Como Trump, Bolsonaro também quer o caos

Charge: Paolo Calleri
Por Jeferson Miola, em seu blog:


No último dia 6 de janeiro se completou o “1º aniversário” do atentado à sede do Congresso dos EUA, o Capitólio, liderado por Donald Trump desde a Casa Branca.

O mundo inteiro ficou estupefato com aquele cenário – que oscilou entre o bizarro e o distópico – no coração da suposta “maior” democracia mundial.

Nos dias seguintes, muito se profetizou sobre o desgaste inexorável e irrecuperável de Trump. Não faltaram, inclusive, previsões de que o bufão estaria definitivamente proscrito da política.

Estas profecias não só não se confirmaram, como ocorreu exatamente o inverso. O ex-presidente desfrutou da impunidade para continuar ocupando o centro da política partidária republicana.

Não há, além disso, indicativo de que ele venha a ser responsabilizado politicamente e/ou criminalmente. Até agora, mais de 700 pessoas foram indiciadas, denunciadas ou presas; todavia, Trump, seus familiares e demais arquitetos políticos e intelectuais do atentado não foram punidos.

O perigoso cinismo do Império

Por Marcelo Zero, no site Brasil-247:

“Nenhuma polegada para o Leste”.

Foi o que prometeu o então Secretário de Estado dos EUA, James Baker, a Mikhail Gorbachev, na reunião de 9 de fevereiro de 1990 para tratar da reunificação da Alemanha.

Com efeito, em troca da aceitação da unificação da Alemanha por parte da então União Soviética, os EUA prometeram a Gorbachev que a OTAN não se expandiria nem uma polegada para o Leste e permaneceria nos limites da Europa Ocidental.

Posteriormente, os EUA tentaram desmentir essa promessa, mas documentos oficiais do Departamento de Estado, desclassificados em 2017, comprovam que ela foi feita.

Na realidade, os documentos oficiais revelam que a promessa foi feita não uma, mas três vezes, na reunião com Gorbachev, de 9 de fevereiro de 1990.

Bolsonaro, Lula e o quadro no início de 2018

Por Renato Rovai, na revista Fórum:

Em janeiro de 2018, em pesquisa Datafolha, Lula tinha 37% das intenções de voto, Bolsonaro 16%, Alckmin 7% e Ciro 7%.

Os outros candidatos que estavam na simulação tinham todos juntos 15%. Lula não ganhava no primeiro turno, mas liderava de forma folgada.

Era um cenário muito parecido com o atual, que é ainda um pouco mais favorável a Lula.

Na primeira pesquisa do ano feita presencialmente (mesmo método usado pelo Datafolha) pela Quaest, Lula lidera com 45%, Bolsonaro teve 23%, Sergio Moro 9%, Ciro Gomes 5%, João Doria 3% e Simone Tebet 1%.

O que os números mostram? Que em janeiro de 2018, pouco antes de ser preso e já sendo vítima de um massacre midiático-judicial, Lula era favoritíssimo a vencer aquela eleição.

Mais uma baixa na cultura brasileira

Por Elizabeth Lorenzotti, no Jornal GGN:


Faz alguns dias ando pasma com mais um feito de Doria Jr.

Ele fechou o maravilhoso parque gráfico da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, demitiu apenas lá 154 pessoas, e não sei quantas mais no total.

A Editora da Imesp foi decepada e conta com apenas duas funcionárias sobreviventes.

As livrarias foram desativadas e a Editora da USP, que também utilizava o parque gráfico, não tenho ideia de como vai se virar.

Quando você aciona o site, cai no Diário Oficial e aparece o recado: “Imprensa Oficial agora é Prodesp”.

A chaga do fascismo

Charge: Asier Sanz
Por Luciano Martins Costa

A mídia hegemônica induz os protagonistas das redes sociais a comprar a ideia de que há uma luz no fim do túnel, sinalizado por pesquisas de intenção de voto que apontam a derrota do atual presidente nas eleições deste ano.

Mas, mesmo que isso ocorra, estaremos muito longe de uma restauração da ordem democrática e de um avanço real na pauta das urgências sociais, econômicas, políticas e culturais.

Em quatro anos de desgoverno, a milícia fascista respaldada por parte das Forças Armadas terá deixado o Estado em petição de miséria e a sociedade envenenada.

O fascismo não pode ser tratado como um incidente histórico e esse tem sido o erro principal das forças progressistas, que em graus variados se aproximam dos ideais civilizatórios.

Atacar Sergio Moro é uma boa estratégia?

Por Carol Proner

As últimas pesquisas mostram que Sérgio Moro não convence. Mesmo com padrinhos influentes na mídia, que o sustentam há anos, como se vê agora na sua enésima capa da Veja, o ex-juiz não decola e frustra os planos da terceira via.

Como tal, opinam alguns, mereceria ser ignorado. No campo jurídico esse impasse do cômputo político também aparece, de que críticas podem evidenciá-lo e, ao fim, beneficiá-lo de forma inversa.

O dilema se instalou no meio jurídico após Moro, via twitter, recusar um convite do grupo Prerrogativas para um debate a respeito da Lava Jato.

A recusa reavivou uma enxurrada de mensagens e artigos do grupo lembrando da conduta do ex-juiz na chefia da operação farsesca que abalou o curso natural da democracia brasileira.

É difícil esperar que juristas moderem suas críticas porque levamos anos dizendo a mesma coisa e é exasperante que o ex-juiz que feriu gravemente os interesses brasileiros tenha o descaramento de se candidatar.