Charge: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Só nos últimos três dias, foram afastados 13 militares do GSI e 40 da coordenação administrativa do Palácio Alvorada. Ao todo, já são 140 militares demitidos em menos de 20 dias de governo. Na Comissão de Anistia, militares foram substituídos por perseguidos políticos e ativistas dos direitos humanos.
Mas essa limpa ainda demora um pouco para ser concluída, dada a presença de milhares de militares na estrutura de governo.
Fiel ao seu estilo cauteloso, Lula dá sinais de que resolveu comer pelas beiradas a questão militar. Ao enfatizar, na entrevista à Natuza Nery, na GloboNews, que a inteligência do governo falhou e que a entrada dos terroristas no Palácio do Planalto foi facilitada fica claro, para bom entendedor, que os dias de Múcio Monteiro, no Ministério da Defesa, e do general Gonçalves Dias, no comando da GSI, estão contados. Mas isso só vai acontecer quando a atmosfera estiver menos carregada.
Sobre Múcio pesa ainda a sugestão desastrada da adoção da GLO, em 8 de janeiro. Perspicaz como poucos políticos na história do país, Lula logo viu nessa alternativa uma forma de entregar o poder às forças armadas, transformando-o em uma “rainha da Inglaterra”, conforme disse à GloboNews.
A paciência com Múcio está muito relacionada ao tratamento que Lula costuma dispensar aos seus amigos. No entanto, Lula tem consciência de que os militares só respeitam quem exerce autoridade, embora também valorizem os civis vocacionados para o diálogo. O problema é que, como escreveu o jornalista Luis Nassif recentemente, Múcio só sabe contemporizar.
O fato é que os militares seguem brigando com os fatos e minimizando o levante terrorista de 8 de janeiro. Para eles, tudo não passou de “uma manifestação que fugiu do controle”, e não uma tentativa de golpe de estado. Ou seja, sem novidades no front: sobra cara de pau e falta um mínimo de compromisso democrático. Reconhecem, todavia, o desgaste do episódio para sua imagem e manifestam a intenção de refazer as pontes com Lula.
Mas, se depender do presidente, isso só ocorrerá com a subordinação dos militares ao poder civil. Lula sabe que o inimigo mora ao lado e está cobrando de seus auxiliares prioridade na desmilitarização do governo.
Ao mesmo tempo, negociador hábil por excelência, o presidente inclui na pauta de sua reunião com os comandantes das três forças, marcada para esta sexta-feira (20), uma discussão sobre a modernização dos equipamentos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Mas essa limpa ainda demora um pouco para ser concluída, dada a presença de milhares de militares na estrutura de governo.
Fiel ao seu estilo cauteloso, Lula dá sinais de que resolveu comer pelas beiradas a questão militar. Ao enfatizar, na entrevista à Natuza Nery, na GloboNews, que a inteligência do governo falhou e que a entrada dos terroristas no Palácio do Planalto foi facilitada fica claro, para bom entendedor, que os dias de Múcio Monteiro, no Ministério da Defesa, e do general Gonçalves Dias, no comando da GSI, estão contados. Mas isso só vai acontecer quando a atmosfera estiver menos carregada.
Sobre Múcio pesa ainda a sugestão desastrada da adoção da GLO, em 8 de janeiro. Perspicaz como poucos políticos na história do país, Lula logo viu nessa alternativa uma forma de entregar o poder às forças armadas, transformando-o em uma “rainha da Inglaterra”, conforme disse à GloboNews.
A paciência com Múcio está muito relacionada ao tratamento que Lula costuma dispensar aos seus amigos. No entanto, Lula tem consciência de que os militares só respeitam quem exerce autoridade, embora também valorizem os civis vocacionados para o diálogo. O problema é que, como escreveu o jornalista Luis Nassif recentemente, Múcio só sabe contemporizar.
O fato é que os militares seguem brigando com os fatos e minimizando o levante terrorista de 8 de janeiro. Para eles, tudo não passou de “uma manifestação que fugiu do controle”, e não uma tentativa de golpe de estado. Ou seja, sem novidades no front: sobra cara de pau e falta um mínimo de compromisso democrático. Reconhecem, todavia, o desgaste do episódio para sua imagem e manifestam a intenção de refazer as pontes com Lula.
Mas, se depender do presidente, isso só ocorrerá com a subordinação dos militares ao poder civil. Lula sabe que o inimigo mora ao lado e está cobrando de seus auxiliares prioridade na desmilitarização do governo.
Ao mesmo tempo, negociador hábil por excelência, o presidente inclui na pauta de sua reunião com os comandantes das três forças, marcada para esta sexta-feira (20), uma discussão sobre a modernização dos equipamentos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: