Por Altamiro BorgesCharge: Nando Motta
Na semana passada, o Iate Clube Aracaju,
de Sergipe, cancelou a participação do cantor baiano Netinho no seu tradicional
bloco carnavalesco. A decisão foi tomada após pressão dos próprios associados,
que questionaram o apoio dado pelo músico aos atos golpistas em Brasília no dia
8 de janeiro.
Ele ainda incentivou a ida dos famigerados CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) à capital federal e frequentou o acampamento bolsonarista montado em frente ao Quartel da Mouraria, em Salvador. Toda essa fúria golpista talvez se explique por sua derrota em outubro na disputa pela vaga de deputado federal na Bahia – ele foi o sexto mais votado do PL de Jair Bolsonaro, que elegeu três deputados no estado.
Netinho não se elege na Bahia
Diante do cancelamento do seu contrato para participar do bloco carnavalesco de Aracaju, Netinho tentou pousar de vítima. Ele jurou que não incentivou os atos de vandalismo em Brasília: "Reitero que sou cidadão brasileiro que torço pela prosperidade do povo brasileiro e da nossa democracia. Jamais incentivaria, muito menos financiaria atos de violência e terrorismo”.
Na maior caradura, o fanático bolsonarista ainda disse que “nunca misturei política com a minha música”. Vale relembrar que Netinho lançou sua candidatura a convite da deputada-pistoleira Carla Zambelli (PL-SP). Na ocasião, ele prometeu: “Eleito, serei um soldado de Jair Bolsonaro na Câmara e defenderei o povo baiano seguindo os valores de Deus, Pátria, Família e Liberdade”.
Cantor sinaliza que pode abandonar o "mito"
O “soldado de Bolsonaro” não se elegeu e agora também sofre cancelamento de shows. Com forte senso de oportunidade – para não dizer de oportunismo –, o cantor já sinaliza que poderá abandonar seu “mito”. Segundo o site Observatório dos Famosos, ele tentará desvincular sua imagem à do fascista fujão.
“Uma das primeiras atitudes de Netinho foi deletar as postagens em defesa ao ex-presidente, dentre elas, em defesa dos atos golpistas, além de ter sido orientado a evitar falar de política publicamente, numa forma de tentar reverter a imagem carismática que possuía antes. ‘A Bahia, em sua grande maioria, é antibolsonarista e o comportamento dele vinha afugentando os contratantes’, revelou uma fonte”.
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