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Mais um gol de placa de Lula: segundo pesquisa do Quaest/Genial, 76% dos brasileiros e brasileiras consultados aprovam a cruzada do presidente da República pela redução da taxa de juros.
Não se tem notícia, pelo menos da redemocratização para cá, de pesquisa sobre popularidade de governo feita com apenas 40 dias de mandato. Mas, como o mandatário em questão é Lula, a tradição de seu ouvir os eleitores só depois de completados 100 dias de governo foi quebrada.
Provavelmente, esperavam colher números ruins para Lula logo na largada. Nada feito.
Mesmo enfrentando tentativa de golpe e crise humanitária na terra Yanomami, a avaliação positiva do governo Lula é o dobro da negativa: 40% x 20%. Outros 24% avaliam o governo como regular, enquanto 16% não sabem ou não quiseram responder.
Voltando ao debate sobre os juros, dez entre dez comentaristas globais viam como desastrosas as duras críticas de Lula às taxas de juros mais altas do planeta e suas cobranças ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Chegaram a dizer que a refrega tinha potencial corrosivo sobre a popularidade do presidente e, recorrendo à tática suspeita do sujeito oculto e indeterminado, repetiam que mesmo entre os auxiliares mais próximos de Lula era grande a contrariedade com a estratégia adotada pelo chefe.
Só que, no afã de bajular o mercado financeiro, forte patrocinador dos conglomerados de comunicação, esses analistas esqueceram de que uma grande parcela da população sente na pele os efeitos dos juros escorchantes, seja no cartão de crédito, no cheque especial, nos boletos atrasados dos eletrodomésticos ou nos empréstimos bancários, cujo pagamento muitas vezes acaba equivalendo ao dobro do valor tomado.
De juros abusivos o povo entende. Daí fica fácil para Lula, um craque da comunicação, explicar de uma forma que todo mundo entende como os juros que impedem o povo de fechar suas contas também bloqueiam o crescimento econômico e o desenvolvimento social do Brasil, gerando mais desemprego e pobreza.
Repare que desde esta terça-feira (14), quando foi divulgada a pesquisa revelando o expressivo apoio popular a Lula em sua queda de braço com o Banco Central , a imprensa comercial moderou o tom de seus ataques e começa a virar a página a respeito do assunto. Não que o alarido tenha chegado ao fim, mas que o recuo tático dos grupos de mídia foi imposto pela sabedoria política de Lula, ah, isso foi.
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